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Gerenciando os antimicrobianos na alta hospitalar
A stewardship de antimicrobianos (AS) aborda o crescente problema global de resistência à antimicrobianos e visa garantir o uso adequado de antibióticos – abrangendo aspectos como a correta dosagem, via de administração e duração. A maioria das publicações cientificas recentes de AS tiveram como foco a adesão as práticas ideais de prescrição de antibióticos durante a internação, porém é importante também monitorar e aprimorar as condutas no momento da alta e até a conclusão da terapia.
Qual foi o objetivo do estudo?
Esse foi um estudo de coorte retrospectivo que teve como objetivo determinar a conformidade dos esquemas de antibióticos orais prescritos no hospital Johns Hopkins entre 1º de julho de e 31 de agosto de 2020.
Dados coletados dos prontuários
Para a realização dessa análise foram coletados dados dos prontuários eletrônicos dos pacientes adultos que tiveram alta da internação durante o período de estudo. Após a coleta, os dados foram revisados por médicos infectologistas e farmacêuticos que verificaram o diagnóstico e avaliaram a conformidade das prescrições de antibióticos realizadas. A adequação das prescrições foi realizada por meio de comparação com as diretrizes institucionais e nacionais e a duração excedente da terapia foi estabelecida (em dias de excesso).
Indicadores sobre o uso dos antimicrobianos
Foram incluídos no estudo 196 pacientes que tiveram alta com prescrição de antimicrobianos. A duração média do tempo de terapia total da coorte foi de 14,5 dias, sendo a média de 5 dias durante a internação e de 7 dias após a alta. Além disso, 26% dos pacientes já havia prescrição de antimicrobianos prévia a admissão hospitalar.
A escolha dos antibióticos foi considerada adequada em 70.4% dos casos. Já em relação a duração, apenas 24.5% dos casos tiveram duração total adequada e 32.1% tiveram duração adequada na alta hospitalar. Para os pacientes com prescrição prolongada, a duração média do excesso foi de 7 dias – ou seja, 7 dias extras além do curso recomendado pelas diretrizes institucionais e nacionais – e mais provável (55.1%) nos casos em que houve discordância dos revisores com o diagnóstico registrado.
Prescrição excessiva de antibióticos
Em congruência com outras literaturas, neste estudo foi constatada prescrição excessiva de antibióticos em mais da metade dos pacientes e duração total além do recomendado pelas diretrizes vigentes. Os autores destacam que tais comportamentos prescritivos são fatores de risco para o aumento da resistência antimicrobiana e que melhorar as práticas prescritivas na alta hospitalar é um importante ponto de melhoria que deve ser abordado pelas iniciativas de AS.
Quais as limitações do estudo?
Esse foi um estudo realizado em um único centro com uma amostra pequena e realizado de forma retrospectiva sem uma coorte de comparação, possuindo, portanto, diversas limitações e impossibilitando a generalização dos resultados. Além disso, a revisão realizada não considerou as doses prescritas ou fatores específicos dos pacientes que poderiam influenciar/justificar a extensão da duração da terapia.
Fonte: Soto, C. L., Dzintars, K., & Keller, S. C. (2023). Duration of antibiotics through care transitions: A quality improvement initiative. American journal of infection control, 51(4), 478–480.
Link: https://doi.org/10.1016/j.ajic.2022.09.001
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Sinopse por: Maria Julia Ricci
E-mail: maria.ricciferreira@edu.unito.it
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