O verão acabou, e nesse período do outono uma coisa é certa: chegou a hora de se vacinar contra a gripe. Sim, passamos o último ano recebendo doses e reforços da vacina contra a Covid-19, mas não podemos esquecer das outras doenças sazonais prevalentes no Brasil e no mundo. A campanha de vacinação contra a gripe (Influenza) inicia dia 04 de abril. Sua instituição está preparada para voltar a atender pacientes com síndrome respiratória? O movimento antivacina terá impactos negativos na cobertura vacinal?
O que é a influenza e quantos tipos de vírus existem?
A gripe é uma infecção aguda do sistema respiratório, provocada pelo vírus da influenza, com grande potencial de transmissão. O vírus da gripe (Influenza) propaga-se facilmente e é responsável por elevadas taxas de hospitalização. Existem quatro tipos de vírus influenza/gripe: A, B, C e D. O vírus influenza A e B são responsáveis por epidemias sazonais, sendo o vírus influenza A responsável pelas grandes pandemias. A vacinação é a forma mais eficaz de prevenção contra a gripe e suas complicações, é segura e é considerada uma das medidas mais eficazes para evitar casos graves e óbitos por gripe.
Como é feita a vigilância da Síndrome Respiratória Aguda Grave e qual o papel do vírus da influenza?
Desde a pandemia de Influenza A(H1N1)pdm09 em 2009, o Ministério da Saúde (MS), por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), desenvolve a vigilância da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Brasil. Segundo o relatório de 2019, foram notificados 40.294 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), sendo 81,8% (32.963/40.294) com amostra processada e com resultados inseridos no sistema. Destas, 17,6% (5.800/ 32.963) foram classificadas como SRAG por influenza e 23,5% (7.762/32.963) como outros vírus respiratórios, e dentre os casos de influenza, 59,1% (3.430/5.800) correspondiam a influenza A(H1N1)pdm09.
Quais as diretrizes para o manejo da influenza?
Recentemente o Ministério da Saúde divulgou a Nota Técnica 31/2022 – CGPNI/DEIDT/SVS/MS, que traz orientações sobre o atendimento aos casos suspeitos de síndrome gripal, diagnóstico, vigilância, notificação, prevenção, controle e tratamento.
Da mesma forma, a Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou no último dia 21 o documento Guidelines for the clinical management of severe illness from influenza virus infections (Diretrizes para o manejo clínico de doenças graves por infecções pelo vírus influenza). As novas Diretrizes da OMS para o manejo clínico de doenças graves decorrentes de infecções pelo vírus da gripe fornecem recomendações sobre o uso de antivirais da gripe, terapias adjuvantes e estratégias de diagnóstico. Esta diretriz fornece recomendações sobre:
- tratamento com antivirais, especificamente inibidores da neuraminidase;
- tratamento com terapias adjuvantes, especificamente corticosteróides, macrolídeos e imunoterapia passiva; e
- uso de estratégias de testes diagnósticos para orientar o tratamento.
E quando começa a vacinação da gripe em 2022?
O Ministério da Saúde brasileiro anunciou recentemente que a campanha de vacinação contra a gripe iniciará em 4 de abril. A campanha é dividida nas seguintes fases:
Primeira etapa – entre os dias 04/04 e 02/05:
- idosos com 60 anos ou mais;
- trabalhadores da saúde.
Segunda etapa – entre os dias 03/05 e 03/06.
- Crianças de 6 meses a menores de 5 anos de idade (4 anos, 11 meses e 29 dias);
- Gestantes e puérperas;
- Povos indígenas;
- Professores;
- Comorbidades;
- Pessoas com deficiência permanente;
- Forças de segurança e salvamento e Forças Armadas;
- Caminhoneiros e trabalhadores de transporte coletivo rodoviário de passageiros urbano e de longo curso;
- Trabalhadores portuários;
- Funcionários do sistema prisional;
- Adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas;
- População privada de liberdade.
Vamos continuar protegendo a nós mesmos e à toda a comunidade como um todo?
Fontes:
https://apps.who.int/iris/handle/10665/352453?locale-attribute=fr&
Elaborado por Laura Czekster Antochevis
Contatos: laura@ccih.med.br ou http://linkedin.com/in/laura-czekster-antochevis-457603104
Palavras chaves/TAGs: influenza, gripe, vacinação. Ministério da Saúde, OMS, macrolídeos, corticosteróides, inibidores da neuraminidase, campanha