O Rio Grande do Sul está passando pela sua maior catástrofe ambiental, e os riscos para a saúde dos afetados são muitos. Dentre eles, a leptospirose é uma das infecções às quais os profissionais de saúde e a população devem estar atentos.
Mas o que é leptospirose?
É uma doença infecciosa febril aguda, transmitida a partir da exposição direta ou indireta à urina de animais (principalmente ratos) infectados pela bactéria Leptospira.
Quais são os sintomas?
As manifestações clínicas variam desde formas assintomáticas e subclínicas até quadros graves, associados a manifestações graves. São divididas em duas fases: fase precoce e fase tardia.
Os principais sintomas da fase precoce são:
· Febre
· Dor de cabeça
· Dor muscular, principalmente nas panturrilhas
· Falta de apetite
· Náuseas/vômitos
Como é realizado o diagnóstico?
O diagnóstico específico é feito a partir da coleta de sangue no qual será verificado se há presença de anticorpos para leptospirose (exame indireto) ou a presença da bactéria (exame direto).
Na Fase precoce – primeira semana de doença, os exames indicados são:
· Exame direto
· Cultura
· Detecção do DNA pela reação em cadeia da polimerase (PCR)
Na Fase tardia, os exames indicados são:
· Cultura
· ELISA-IgM
· Microaglutinação (MAT)
Segundo informações da Sociedade Brasileira de Infectologia, “a quimioprofilaxia em leptospirose já consta em Nota Técnica Nº 16/2024- CGZV/DEDT/SVSA/MS, que recomenda a não utilização de antimicrobianos profiláticos como conduta de rotina”. Porém, alguns estudos, apontam que a profilaxia com antimicrobianos pode ser realizada em situações de alto risco.
O que seria alto risco? Seriam “indivíduos com exposição contínua de transitar em águas contaminadas ou alagadiças com ou sem lesões de pele. Nadar em área alagada e a ingestão de água contaminada também são consideradas de alto risco”.
Como realizar a quimioprofilaxia:
Indicação principal:
Doxiciclina
Adultos: 200 mg por via oral, em dose única para pessoas em pós exposição de alto risco. Adultos: 200 mg por via oral, 1x/semana enquanto ocorrer a exposição (resgate/socorristas).
Crianças: 4 mg/kg por via oral, em dose única para crianças em pós exposição de alto risco. Dose máxima de 200 mg.
Alternativa:
Azitromicina
Adultos: 500 mg por via oral, em dose única para pessoas em pós exposição de alto risco. Adultos: 500 mg por via oral, 1x/semana enquanto ocorrer a exposição (resgate/socorristas).
Crianças: 10 mg/kg por via oral, em dose única para crianças em pós exposição de alto risco. Dose máxima de 500 mg.
Profilaxia com doxiciclina não deve ser feita em gestantes e lactantes.
Sinopse por:
Laura Czekster
Link: https://www.linkedin.com/in/laura-czekster-antochevis-457603104/
Confira mais informações em nossas fontes:
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/l/leptospirose
Nota Técnica Conjunta: Indicações de Quimioprofilaxia Na Leptospirose