Veja o impacto de catástrofes na qualidade e segurança do paciente e o que podemos fazer para prevenir estes danos e minimizar suas consequências?
A interação ente globalização e alterações climáticas expõe as instituições de saúde cada vez mais perto de enfrentar graves crises como enchentes, secas ou falta de energia elétrica prolongada, incêndios provocados por um planejamento mal adequado de uma reforma, para adpatar sua rede elétrica aos novos equipamentos adquiridos. Tudo isso requer atividades de prevenção dos problemas, de gestão para resolver essas intercorrências com menor prejuízo possível tanto econômico como de vidas e até como estruturar no tempo mais breve possível as atividades de reparação, para volta à normalidade.
Qualquer lugar do planeta está sujeito a estes problemas, temos que estar preparados para isso com o mínimo de repercussão possível para o atendimento aos nossos pacientes. Vamos conversar com nossa professora Cassiana Prates o que aprendemos e aplicamos até agora, como nos preparar para um futuro que não nos parece favorável, mas com o mínimo de comprometimento da segurança de nossos pacientes. Moderação: Beatriz Grion, Filipe Prohaska e Tadeu Fernandes.
Principais tópicos:
14:46 Introdução
15:54 Por que falar de qualidade e segurança?
17:42 Antes x Depois no Rio Grande do Sul (RS)
19:50 Dados do impacto das enchentes no RS
22:20 Histórico de desastres naturais
25:14 Repercussões na sociedade
29:05 Impacto nos serviços de saúde, Cultura e Qualidade
33:19 Cultura de Segurança
43:15 Níveis de maturidade da cultura de segurança. Do nível patológico ao nível gerador.
46:54 Lições da greve dos caminhoneiros e pandemia
47:55 Barreiras culturais
50:25 Componentes para o desenvolvimento da cultura de segurança
51:13 Desafios na construção de uma cultura de segurança
53:00 Papel da alta liderança
54:36 Princípios da aeronáutica aplicados à segurança dos pacientes
56:08 Acreditação
56:50 Núcleo de Segurança do Paciente (NSP)
57:50 Planos de contingência, simulações e gabinete de gestão de crise.
1:00:13 Vídeo RS
1:02:40 Reflexões Tadeu sobre níveis de segurança do pacientenos hospitais e na sociedade
1:19:20 Responsabilidades que cabem às instituições de saúde no enfrentamento de crises e desastres
1:24:10 Reflexões Filipe
1:32:25 Reflexões Tadeu – Como situações de saúde pública anteriores trouxeram aprendizados.
1:36:05 Reflexões Filipe – Previsões para o futuro.
1:40:00 Mensagem final, importância da Cultura de Qualidade e Segurança no enfrentamento de crises.
Níveis de prevenção de doenças
A prevenção de doenças é uma abordagem essencial na saúde pública, visando a reduzir a incidência e a gravidade das doenças, além de promover a saúde e o bem-estar da população. No caso de catástrofes como a pandemia e as enchentes no Rio Grande do Sul, estes níveis ganham contextos especiais, como desenvolveremos neste breve artigo.
Essa prevenção é geralmente dividida em três níveis: primária, secundária e terciária. Cada nível possui objetivos e estratégias específicas. Vamos explorar detalhadamente cada um desses níveis:
Prevenção Primária
Objetivo:
Prevenir a ocorrência de doenças e condições de saúde antes que elas se desenvolvam.
Estratégias:
Promoção da Saúde:
Educação em Saúde: Campanhas de conscientização sobre hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada, prática regular de exercícios físicos, cessação do tabagismo e consumo moderado de álcool.
Um estudo mais aprofundado dos reflexos da globalização, do aquecimento global, do aumento do desnível social, disseminação de notícias falsas e radicalização política também será interessante para medir seu impacto nas atuais catástrofes.
Vacinação: Programas de imunização para prevenir doenças infecciosas, como sarampo, poliomielite, hepatite B, HPV, entre outras.
Obviamente os serviços de saúde foram fortemente impactos pelos problemas que estamos enfrentando, aumentando sua demanda ao mesmo tempo que dificulta o acesso da população aos serviços de assistência primária à saúde.
Controle de Fatores Ambientais:
Saneamento Básico: Melhoria das condições de higiene, acesso a água potável e tratamento de esgoto para prevenir doenças transmitidas pela água.
Controle de Poluentes: Redução da exposição a substâncias tóxicas no ambiente de trabalho e na comunidade.
O aquecimento global e o desmatamento têm um grande impacto na disseminação de doenças e em catástrofes climáticas e necessitam ser mais bem compreendidos e controlados.
Regulamentação e Políticas Públicas:
Leis Antitabagismo: Restrições ao uso de tabaco em locais públicos e regulamentação da propaganda de produtos de tabaco.
Políticas de Alimentação: Incentivo ao consumo de alimentos saudáveis através de regulamentações sobre rotulagem e propaganda de alimentos.
Evidentemente, deve se ampliar o controle sobre poluentes e leis mais rigorosas contra a degradação ambiental, incluindo sua fiscalização. Este deve ser um esforço global controlado também por organismos internacionais eficientes.
Prevenção Secundária
Objetivo: Detectar precocemente doenças ou condições de saúde, possibilitando intervenções que impeçam a progressão da doença ou minimizem suas consequências.
Estratégias:
Triagem e Rastreamento:
Exames Preventivos: Testes como mamografia para câncer de mama, colonoscopia para câncer colorretal, Papanicolau para câncer cervical e exames de sangue para colesterol e glicemia.
Check-ups Regulares: Consultas periódicas para monitoramento de indicadores de saúde e detecção precoce de problemas.
Diagnóstico Precoce:
Serviços de Diagnóstico Rápido: Acesso facilitado a serviços de diagnóstico e exames laboratoriais para identificação rápida de doenças.
Programas de Saúde Pública: Campanhas de rastreamento de doenças específicas, como tuberculose, hipertensão e diabetes.
Intervenções Precoces:
Tratamento Imediato: Início rápido do tratamento para condições detectadas precocemente, como uso de medicamentos, cirurgia ou outras terapias específicas.
Monitoramento Contínuo: Acompanhamento regular de indivíduos com risco aumentado ou com condições diagnosticadas precocemente.
Evidentemente tanto a pandemia como a atual catástrofe climática no Rio Grande do Sul impactaram negativamente na acessibilidade e positivamente nas ocorrências de doenças que necessitavam de atendimento.
Prevenção Terciária
Objetivo: Reduzir as complicações, incapacidades e melhorar a qualidade de vida de indivíduos com doenças crônicas ou condições estabelecidas.
Estratégias:
Reabilitação:
Fisioterapia e Terapia Ocupacional: Programas de reabilitação para recuperar a funcionalidade e promover a independência em indivíduos com limitações físicas.
Reabilitação Cardiopulmonar: Programas específicos para pacientes com doenças cardíacas ou pulmonares, visando a melhorar a capacidade funcional e a qualidade de vida.
Gestão de Doenças Crônicas:
Programas de Controle de Doenças: Planos de tratamento contínuos para condições como diabetes, hipertensão, asma e artrite, incluindo monitoramento regular e ajustes no tratamento.
Educação e Autogestão: Capacitação dos pacientes para o autocuidado, gestão de medicações, mudanças no estilo de vida e reconhecimento de sinais de agravamento da doença.
Cuidados Paliativos:
Alívio de Sintomas: Tratamentos e intervenções para aliviar sintomas de doenças avançadas, como dor, dispneia e náuseas.
Apoio Psicossocial: Suporte emocional, psicológico e social para pacientes e suas famílias, visando a melhorar a qualidade de vida nos estágios finais de doenças graves.
Aqui o impacto foi enorme. De um lado esses eventos ocasionaram uma grave crise econômica, descontrole de doenças crônicas, comprometimento de parte da infraestrutura, que demandarão muito tempo, dinheiro e um bom planejamento para sua recuperação.
Conclusão
A prevenção de doenças em seus três níveis (primária, secundária e terciária) é fundamental para uma abordagem abrangente de saúde pública. Cada nível possui seu próprio conjunto de estratégias e objetivos, todos direcionados a promover a saúde, prevenir a doença e melhorar a qualidade de vida da população. Investir em todas as três formas de prevenção é crucial para um sistema de saúde eficaz e eficiente.