Impactos da inteligência artificial sobre a segurança do paciente e o cuidado assistencial. Conheça as principais aplicações.
A inteligência artificial (IA) na saúde está revolucionando a prestação de cuidados médicos e assistenciais, oferecendo diagnósticos mais precisos, tratamentos personalizados e a otimização dos processos hospitalares. Com algoritmos avançados e aprendizado de máquina, a IA pode analisar vastas quantidades de dados médicos, identificar padrões e prever resultados com precisão sem precedentes. Isso melhora a eficiência dos profissionais de saúde, permitindo intervenções mais rápidas e eficazes, além de contribuir significativamente para a pesquisa médica, acelerando descobertas e o desenvolvimento de novas terapias. Além disso, a IA auxilia na gestão hospitalar, otimizando recursos e reduzindo custos, resultando em um sistema de saúde mais sustentável e acessível para todos.
A introdução do ChatGPT pela OpenAI no final de 2022 representou um avanço notável na inteligência artificial generativa (genAI), impactando diversos setores, incluindo os cuidados de saúde. A genAI tem o potencial de aprimorar a segurança e qualidade dos cuidados, reduzir custos e melhorar as experiências de pacientes e médicos. Contudo, há preocupações sobre novas ameaças à segurança dos pacientes.
Em janeiro de 2024, o Institute for Healthcare Improvement Lucian Leape Institute reuniu um painel de especialistas para examinar as promessas e riscos da genAI na segurança dos pacientes. Este painel revisou a literatura sobre IA e segurança do paciente e discutiu três principais usos da genAI:
- Apoio à documentação clínica (por exemplo, criação de notas clínicas diretamente a partir de interacções verbais entre médicos e pacientes, resumo de gráficos);
- Apoio à decisão clínica (por exemplo, sugestão de diagnósticos ou tratamentos aos médicos);
- Chatbots que prestam apoio aos doentes (por exemplo, ferramentas que utilizam a genAI para responder a questões de saúde e de cuidados de saúde dos doentes)
Os especialistas estão otimistas quanto ao potencial da genAI para reduzir o esgotamento e a carga cognitiva dos profissionais, promover práticas baseadas em evidências, melhorar a precisão diagnóstica e reduzir custos. A genAI bem projetada pode identificar lacunas nos cuidados e situações propensas a erros em tempo real, possibilitando intervenções oportunas.
Entretanto, o painel identificou riscos significativos, como a despersonalização dos cuidados, previsões e recomendações imprecisas, supervisão humana insuficiente, aumento da produtividade sem redução da carga de trabalho dos médicos e desafios na integração da IA nos fluxos de trabalho existentes. Há também preocupações com vieses nos resultados da IA e a desqualificação clínica, pois novos clínicos podem não adquirir habilidades essenciais.
Para mitigar esses vieses, é necessário ampla representação nos conjuntos de dados, transparência em conflitos de interesse e novos métodos computacionais. Apesar dessas preocupações, os especialistas continuam otimistas sobre o potencial da genAI e recomendam:
- Proteger os pacientes.
- Aprender, envolver e ouvir os médicos e demais profissionais da saúde.
- Avaliar e garantir a eficácia e a ausência de preconceitos na IA.
- Estabelecer uma governança rigorosa para a IA nos sistemas de saúde e no governo federal.
- Projetar, implementar e avaliar intencionalmente as ferramentas de IA.
- Promover a aprendizagem colaborativa entre sistemas de saúde.
Eles sugerem que confiar apenas nos médicos para verificar os resultados da IA é inadequado e requer estratégias proativas de mitigação. Além disso, as eficiências geradas pela IA não devem resultar apenas em mais tarefas para os médicos. Por fim, a genAI pode melhorar a prática da segurança dos pacientes ao simplificar tarefas complicadas e usar dados para identificar condições de risco e sugerir soluções.
Link:
http://: https://www.ccih.med.br/seguranca-do-paciente-por-que-implantar/
Elaborado por Cassiana Prates