fbpx

CCIH CURSOS: HÁ 21 ANOS DISSEMINANDO SABEDORIA

CCIH-LOGO-NOVA

Infecções oculares. O que precisamos saber?

As infecções que acometem o globo ocular e suas adjacências podem ser divididas em várias categorias, dependendo da localização e do tipo de microrganismo envolvido. Vou descrever as principais infecções, os diagnósticos, os agentes etiológicos, os fatores de risco e os tratamentos.

Saiba mais sobre as infecções oculares incluindo sua classificação, diagnóstico, etiologia, fatores predisponentes e tratamento.

Recebemos o infectologista João Victor Coriolano para uma aula sobre os principais tipos de infecções oculares, o perfil microbiológico dos agentes etiológicos, as manifestações clínicas e as melhores práticas para prevenção e tratamento. Abordaremos as dúvidas relacionadas aos critérios epidemiológicos para notificação de endoftalmite após procedimentos oftalmológicos invasivos e o manejo dessas condições. A moderação será feita por Beatriz Grion, Filipe Prohaska e Tadeu Fernandes.

Minutagem

4:57 Início da apresentação – Conjuntivite.

10:50 Ceratite

16:25 Endoftalmite

22:48 Uveíte

28:41 Fungemia e exame de fundo de olho. Infecções oculares causadas por fungos, sífilis, e tuberculose ocular.

31:52 Tuberculose ocular.

33:16 Fungos que causam infecção ocular por doença sistêmica, exposição e trauma.

34:39 Esporotricose.

36:04 Covid-19 e acometimento ocular. Pós-Covid-19.

37:38 Infecções oculares secretantes e precaução de contato. Herpes zoster com acometimento ocular e precaução por gotículas.

40:18 Fatores de risco que aumentam predisposição para infecções oculares no ambiente hospitalar.

42:24 Procedimentos cirúrgicos que oferecem maior risco para endofatalmite. Fatores de risco que aumentam o risco de infecção.

43:42 Preparo da pele e mucosa em procedimentos cirúrgicos.

44:29 Antibioticoterapia em proceidmentos oftalmológicos.

45:41 Critérios epidemiológicos para notificação de endoftalmite.

48:06 Quais os riscos para infecções oculares pelo uso indiscriminado de colírios?

49:50 Boas práticas para uso de colírios nas insittuições de saúde.

51:11 Desafios atuais para o tratamento de infecções oculares e resistência a antimicrobianos.

52:56 Como coletar cultura na suspeita de infecção ocular?

55:33 Exame de fundo de olho. 56:53 Conjuntivite causada pela gonorreia em unidade neonatal.

1:00:04 Manejo de pacientes imunossuprimidos para prevenir infecções oculares.

1:03:48 Manifestação ocular em decorrência de candidemia e bacteremia. Exame de fundo de olho para S. aureus e candidemia.

1:06:18 Diagnóstico diferenciam de conjuntive infecciosa e não infecciosa.

1:08:05 Situações em que a enucleação é indicada.

1:10:35 Relato de caso – Mucormicose ocular.

1:13:10 Desafios atuais para diagnóstico e tratamento das infecções oculares.

Infecções do globo ocular e adjacências – diagnóstico, etiologia e tratamento

As infecções que acometem o globo ocular e suas adjacências podem ser divididas em várias categorias, dependendo da localização e do tipo de microorganismo envolvido. Vou descrever as principais infecções, os diagnósticos, os agentes etiológicos, os fatores de risco e os tratamentos.

1. Conjuntivite

Descrição:

A conjuntivite é uma inflamação da conjuntiva, a membrana fina que reveste a parte interna das pálpebras e a parte branca do olho.

Diagnóstico:

Clínico: Através da observação de sintomas como vermelhidão ocular, secreção, sensação de areia nos olhos e lacrimejamento.

Teste microbiológico: Em casos graves ou persistentes, uma amostra da secreção pode ser analisada.

Agentes Etiológicos:

Bacteriana: Staphylococcus aureus, Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae.

Viral: Adenovírus, vírus do herpes simples (HSV).

Alérgica: Reação alérgica a pólen, poeira, produtos cosméticos.

Fatores de Risco:

– Contato com pessoas infectadas (especialmente em conjuntivite viral).

– Uso inadequado de lentes de contato.

– Alergias sazonais.

Tratamento:

Bacteriana: Antibióticos tópicos (colírios de ciprofloxacino, ofloxacino, ou pomada de eritromicina).

Viral: A infecção geralmente é autolimitada; compressas frias e lágrimas artificiais para alívio.

Alérgica: Anti-histamínicos tópicos e compressas frias.

 

2. Uveíte

Descrição:

A uveíte é uma inflamação da úvea, que inclui a íris, corpo ciliar e coroide.

Diagnóstico:

Exame clínico: Inclui observação do olho com lâmpada de fenda, onde se observa células inflamatórias na câmara anterior.

Exames de imagem: Tomografia de coerência óptica (OCT) e ultrassom ocular para casos específicos.

Agentes Etiológicos:

Infecciosa: Toxoplasma gondii, Herpes simplex, Mycobacterium tuberculosis.

Não infecciosa: Associada a doenças autoimunes como artrite reumatoide, espondilite anquilosante.

Fatores de Risco:

– Doenças autoimunes.

– História de infecções oculares prévias.

– Comprometimento imunológico.

Tratamento:

Infecciosa: Antibióticos ou antivirais dependendo do patógeno.

Não infecciosa: Corticosteroides tópicos ou sistêmicos, imunossupressores em casos graves.

 3. Ceratite

Descrição:

A ceratite é uma inflamação ou infecção da córnea.

Diagnóstico:

Clínico: Exame com lâmpada de fenda, fluoresceína para visualizar úlceras na córnea.

Cultura de córnea: Para identificar o agente etiológico.

 

Agentes Etiológicos:

Bacteriana: Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus.

Viral: Herpes simplex, varicela zoster.

Fúngica: Aspergillus, Candida.

Parasítica: Acanthamoeba.

Fatores de Risco:

– Uso de lentes de contato (principalmente quando não higienizadas adequadamente).

– Trauma ocular.

– Imunossupressão.

Tratamento:

Bacteriana: Colírios antibióticos (fluoroquinolonas).

Viral: Antivirais tópicos (aciclovir).

Fúngica: Antifúngicos tópicos (natamicina, anfotericina B).

Parasítica: Antiparasitários tópicos (clorexidina, polimixina B).

 4. Endoftalmite

Descrição:

Endoftalmite é uma infecção intraocular grave que pode levar à perda de visão se não tratada prontamente.

 Diagnóstico:

Clínico: Diminuição da acuidade visual, dor intensa, vermelhidão, secreção purulenta.

Exames complementares: Ultrassom ocular e aspiração de humor vítreo para cultura.

 Agentes Etiológicos:

Pós-operatória: Staphylococcus epidermidis, Staphylococcus aureus.

Endógena: Bactérias oriundas de focos de infecção em outros locais do corpo (por exemplo, septicemia).

Fatores de Risco:

– Cirurgia ocular recente (como catarata).

– Injeções intravítreas.

– Trauma ocular.

Tratamento:

Injeção intravítrea: Antibióticos (vancomicina, ceftazidima).

Vitrectomia: Em casos graves para remover o humor vítreo infectado.

Tratamento sistêmico: Antibióticos intravenosos.

 5. Celulite Orbitária

Descrição:

A celulite orbitária é uma infecção dos tecidos orbitais posteriores ao septo orbitário.

Diagnóstico:

Clínico: Inchaço palpebral, dor, proptose (protusão do globo ocular), febre.

Exames de imagem: Tomografia computadorizada (TC) da órbita para avaliar a extensão da infecção.

Agentes Etiológicos:

– Staphylococcus aureus, Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae.

Fatores de Risco:

– Sinusite (principalmente do seio etmoidal).

– Trauma ocular ou cirurgia recente.

– Infecções cutâneas faciais.

Tratamento:

Antibióticos intravenosos: Cefalosporinas de terceira geração ou vancomicina, dependendo do organismo suspeito.

Cirurgia: Para drenagem de abscessos, se necessário.

Considerações Finais

Cada uma dessas infecções oculares e suas adjacências pode ter complicações graves se não tratadas adequadamente. O diagnóstico precoce e a intervenção adequada são essenciais para preservar a função visual e evitar complicações sistêmicas. O manejo é frequentemente multidisciplinar, envolvendo oftalmologistas, infectologistas e, em alguns casos, cirurgiões.

 

Assista a live para aprofundar as informações sobre o tema.

Autor: Antonio Tadeu Fernandes

Compartilhe:

Facebook
Twitter
LinkedIn
plugins premium WordPress
×