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OMS publica o segundo relatório global sobre prevenção e controle de infecções

A OMS divulgou o segundo relatório global sobre prevenção e controle de infecções (PCI). O documento reúne evidências atualizadas sobre os impactos das infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) e da resistência antimicrobiana (RAM) em pacientes e profissionais de saúde. Além disso, apresenta uma análise abrangente sobre o status da implementação de programas de PCI, tanto em nível nacional quanto nas unidades de saúde, abrangendo todas as regiões da OMS.

 

O relatório é fruto de um esforço colaborativo da equipe da OMS, incluindo escritórios regionais e parceiros da área de PCI. Ele reúne dados de diversas fontes, como literatura científica, bancos de dados globais da OMS, pesquisas padronizadas e publicações de outras instituições. Além disso, apresenta uma visão global e regional de PCI, destacando exemplos de implementação em diferentes países e unidades de saúde, com análises conforme o nível de renda dos países.

 

 

 

 Este relatório tem como objetivos:

 

Apresentar uma visão geral do problema das IRAS e RAM associada à prestação de serviços de saúde, além de uma análise global da situação da implementação de políticas de PCI em níveis nacionais e institucionais, incluindo água, saneamento e higiene (WASH).

Oferecer uma análise detalhada do nível atual de implementação de PCI em cada região da OMS e sugestões de ações prioritárias.

Propor direções estratégicas, ações, indicadores e metas incluídas em documentos políticos e de implementação recentes, orientando países e a comunidade internacional de PCI no avanço e na melhoria da PCI.

 

 

Panorama atual:

 

As IRAS continuam sendo uma das principais causas de eventos adversos na saúde, com um impacto alarmante: até 2050, até 3,5 milhões de mortes por ano serão atribuídas a essas infecções, número 4,4 vezes maior do que as mortes globais causadas pelo HIV/AIDS e doenças sexualmente transmissíveis em 2021. Além disso, a RAM é um fator agravante, com estimativas indicando 136 milhões de casos anuais de IRAS resistentes a antibióticos. A mortalidade entre pacientes infectados por microrganismos resistentes é duas a três vezes maior do que entre aqueles infectados por microrganismos sensíveis.

 

Esse cenário é ainda mais crítico em países de baixa e média renda (PBMR), onde as IRAS causam um impacto significativamente maior. Em média, de cada 100 pacientes internados em hospitais de cuidados agudos, sete em países de alta renda (PAR) e 15 em PBMR adquiririam pelo menos uma IRAS durante sua hospitalização. Nas unidades de terapia intensiva (UTI), quase um terço dos pacientes (30%) pode ser afetado, com incidência duas a 20 vezes maior em PBMR, especialmente entre neonatos.

 

A sepse associada aos cuidados de saúde é outro fator alarmante: aproximadamente 23,6% de todos os casos de sepse tratados em hospitais são associados a cuidados de saúde, com esse número chegando a quase metade (48,7%) nos casos de sepse com disfunção orgânica tratados em UTI para adultos. Uma análise combinada revelou que 24,4% dos pacientes com sepse associada aos cuidados de saúde morrem, número que sobe para 52,3% entre aqueles tratados em UTIs.

 

Estima-se que a implementação coordenada de programas de PCI, juntamente com sistemas de monitoramento e gestão, poderia evitar até 821.000 mortes anuais globalmente até 2050. Em PBMR, intervenções de PCI poderiam prevenir até 337.000 mortes relacionadas à RAM. No entanto, ainda existem lacunas significativas, com retrocessos em investimentos em PCI e condições de WASH após a pandemia de COVID-19. Apesar disso, muitos países, alinhados às prioridades do relatório de 2022 e à resposta à pandemia, fortaleceram seus programas de PCI e implementaram melhores práticas. Na 77ª Assembleia Mundial da Saúde, os Estados Membros da OMS aprovaram a primeira estratégia global para PCI, com um plano de ação e uma estrutura de monitoramento para assegurar o progresso até 2030.

 

Entre as maiores prioridades para o futuro, o relatório destaca a importância de alinhar e coordenar a PCI com esforços mais amplos em WASH, RAM, emergências de saúde, qualidade e segurança. Isso visa aproveitar os esforços combinados de políticas, implementação e financiamento de partes interessadas-chave.

 

Fonte: https://www.who.int/publications/i/item/9789240103986

 

 

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