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Como formar uma colaborativa entre instituições hospitalares e saúde pública para o controle de multirresistentes?

Cíntia A. Laurindo da Silva

Estudo mostra como organizar a troca de informações entre instituições de saúde e as autoridades sanitárias para minimizar risco de transmissão de bactérias multirresistentes durante transferência de pacientes.

 

Quais os benefícios da colaborativa em saúde pública?

Os microrganismos multidroga resistentes (MMDRs) são um problema de saúde, não para somente para as instituições hospitalares, como para saúde pública. Os MMDRs estão presentes por toda continuidade do cuidado, desde internação hospitalar, onde podem ocorrer diversos procedimentos, realizados por diferentes profissionais, durante a transferência, na residência do paciente, comunidade e instituição de longa permanência.

A colaborativa é um método de abordagens coordenadas para impedir a propagação de MMDRs com ênfase na troca de informações a respeito dos casos. Por exemplo, na Dakota do Sul foram promovidas relações transparentes de hospital e saúde pública para coibir transmissão de MMDRs em 2012 com vigilância, comunicação e controle de antimicrobianos.

Vale ressaltar que, a saúde pública dependia da divulgação voluntária das instituições hospitalares. O objetivo da Colaborativa era estabelecer comunicação padronizada sobre o status infeccioso de pacientes, compartilhados na transferência entre instituições de saúde e para a os responsáveis pela saúde na comunidade.

 

Como foi direcionado o estudo?

O estudo foi divido em 3 partes:

1 – O contexto e criação da Utah Collaborative for Regional MDRO Prevention (Colaborativo). Utah após passar por um surto de Acinetobacter identificou a suma importância da comunicação de informações sobre organismos resistentes à saúde pública e instalações de transferência;

2 – Desenvolvimento de ferramentas para aplicação do estudo, necessidade de padronizar as informações, conscientizar sobre a importância das informações, como por exemplo, tais informações poderiam alertar o risco de possíveis surtos;

3 – A aplicação de métodos e procedimentos qualitativos para a avaliação. Foi avaliada usando os grupos focais e entrevistas semi-estruturadas, com o objetivo de identificar estratégias eficazes de parceria.

A análise de dados se deu inicialmente por várias revisões no texto, identificando conceitos-chave, sendo revisados novamente com objetivo de identificar temas emergentes.

Quais foram os resultados encontrados?

Cinco temas foram destaques do estudo, dentre os resultados encontrados, foi identificado tensão entre a transparência para relatar infecções e o risco potencial para a reputação de suas próprias instituições, tensão também sentida pelos profissionais participantes do estudo, pois havia um receio de provocar uma imagem negativa de suas instituições ao multiplicar as informações. Em relação aos desafios logísticos, a saúde publica mediava as informações entre as instituições, para minimizar a concorrência.

A participação na colaborativa gerou empatia e apoio entre os participantes, com um senso comum de responsabilidade mútua entre os profissionais, no entanto padronizar a comunicação era um desafio promissor, pois múltiplas falhas ocorriam. Então, foi padronizado um fluxo de informações durante as altas e transferências, incentivando solicitar relatar os casos de infecção. O formulário reforçou as informações importantes para troca, como status, sintomas e precauções do MMDRs. Para a coesão das informações e sensibilizar as instituições foi apresentado um diagrama de rede de exposição que ilustrava as múltiplas conexões das instituições com transmissão regional de bactérias multirresistentes. Estes gráficos mostraram de forma geral a dimensão da importância das informações compartilhadas para todos os tipos de instituições, incluído saúde pública.

Como trabalhar os problemas encontrados?

A integração, apoio, formação de uma identidade de grupo, padronização de métodos de comunicação de informações, modelos mentais e de liderança de maneira imparcial foram fundamentais para mitigar as tensões interinstitucionais e criar uma colaboração bem-sucedida liderada pela saúde pública.

A não garantia de reciprocidade na troca de informações, podendo gerar riscos financeiros e de reputação, são dificuldades amenizadas pela incorporação da saúde pública como intermediador das informações. Vale ressaltar, que a notificação obrigatória de infecções associadas aos cuidados de saúde não apenas exige que as instituições se reportem para evitar conformidade financeira e penalidades, mas também pode motivar a participação de colaboradores para reduzir as altas taxas de infecção.

Qual a importância da saúde pública no processo?

As agências de saúde pública desempenham um papel crítico no fornecimento de um espaço seguro para as partes interessadas, liderar a inclusão de uma identidade de grupo, padronizar estratégias de comunicação e incentivar a coesão do grupo com modelos para divulgação das informações.

A saúde pública atuou como fonte de educação direcionada sobre práticas viáveis ​​de prevenção de infecções em todas as atividades desenvolvidas, foi importante fonte de conhecimento e um facilitador neutro e solidário.

Fonte: M. D. Jeanmarie Mayer et al. Forming a successful public health collaborative: A qualitative study. American Journal of Infection Control 47 (2019) 628−632.

 

 

Sinopse por: Cíntia A. Laurindo da Silva

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