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Como hospitais canadenses controlam a disseminação de enterobactérias resistentes aos antibióticos carbapenêmicos?

Estudo identifica as rotinas para controle de disseminação de enterobactérias resistentes aos antibióticos carbapenêmicos em hospitais canadenses.

Gabriela Esteves de Souza Laiber Chiabai

Qual a incidência de enterobactérias resistentes aos carbapenêmicos (CPE) nos hospitais canadenses?

Essas bactérias ainda não são comuns no Canadá; embora casos individuais e surtos tenham sido relatados, a incidência de colonização ou infecção por CPE nos hospitais sentinela do Canadá permaneceu relativamente baixo de 0,07 a 0,08 casos por 10.000 pacientes-dia.

Quais as principais recomendações das CCIHs canadenses para o controle desses patógenos?

As Principais recomendações nos CCIHs de Ontário para CPE incluem: triagem de admissão para pacientes com fatores de risco (atendimento médico no exterior ou em qualquer hospital com transmissão CPE conhecida), sala privada e precauções de contato além limpeza e desinfecção regulares da sala (com atenção especial às pias).

Qual foi a metodologia de estudo realizado?

A pesquisa foi elaborada para reunir informações sobre as práticas das comissões de controle de infecções com as precauções para pacientes com bactérias multirresistentes em hospitais de cuidados intensivos em Ontário, incluindo triagem de admissão, triagem de outros pacientes, testes, uso de precauções para impedir a transmissão e gerenciamento de surtos. As perguntas foram relacionadas apenas ao CPE. As diretrizes de Ontário não incluem recomendações específicas para Enterobacteriaceae não resistentes a carbapenêmicos.

A pesquisa foi desenvolvida com base nos protocolos atuais de Ontário e pesquisas práticas administradas pelo Instituto de Ontário para Gestão da Qualidade em Saúde, bem como uma pesquisa de 2017 enviada para um subconjunto de hospitais, e foi feito o teste piloto com o controle de infecção em 3 hospitais. A pesquisa foi enviada por e-mail para os diretores ou gerentes de todos os hospitais de cuidados intensivos de Ontário em agosto de 2018. Os que não responderam receberam 3 lembretes (2 e-mails e uma ligação telefônica) em intervalos de uma semana.

Quais as principais indicações de pesquisa de portadores destes microrganismos nos hospitais canadenses?

Dos 105 hospitais que responderam, 68 (65%) realizaram alguma forma de triagem de admissão de CPE direcionada. Hospitais comumente fizeram triagem de pacientes que foram colonizados ou infectados com CPE no passado (n = 64, 61%), bem como pacientes diretamente transferidos ou previamente hospitalizados no subcontinente indiano (n = 62, 59%) ou outros países (n = 56, 53%). Um hospital (1%) examinou todas as admissões médicas apenas. Entre os 62 hospitais que examinaram pacientes com hospitalizações ou viagens no exterior, os pacientes foram identificados pelo departamento de admissão em 30 hospitais (48%), por uma enfermeira na avaliação inicial em 16 hospitais (26%), tanto pela admissão quanto pela enfermagem em 14 hospitais (23%), e  pela CCIH em 1 hospital (2%). Um hospital não especificou como os pacientes foram identificados.

O que eles fazem com os contactantes dos pacientes colonizados ou infectados?

Se um paciente fosse identificado como colonizado por CPE na admissão, 11 hospitais (11%) rotineiramente examinaram os contactantes do paciente para determinar se a transmissão ocorreu apesar das precauções, e 59 hospitais adicionais (56%) examinaram contactantes com o paciente em algumas circunstâncias. Se um paciente com CPE adquirido no seu hospital foi identificado, 76 hospitais (72%) examinaram companheiros de quarto e 54 (51%) examinaram companheiros de enfermaria.

Foram identificados surtos e o que foi feito nesses hospitais?

Oitenta e nove hospitais (85%) relataram ter uma definição pré-determinada para um surto de CPE. Essas definições incluíram 1 caso possivelmente hospitalar (n = 22, 26%), 1 caso definitivamente hospitalar (n = 25, 24%), 2 casos hospitalares (n = 39, 37%) e 3 casos hospitalares (n = 3, 4%). Metade dos hospitais (51, 49%) relatou que rastreariam os pacientes quanto à colonização se eles identificassem um surto. Oito hospitais (8%) declararam um surto de CPE pelo menos uma vez. O número de pacientes com colonização ou infecção por CPE no maior surto relatado em cada um desses 8 hospitais foi o seguinte: 1 paciente (n = 2, 25%), 2 pacientes (n = 2, 25%), 3 pacientes (n = 1,13%), 4 pacientes (n = 1, 13%) e 6 pacientes (n = 2, 25%).

Qual a conclusão desse artigo?

Em resumo, os resultados desta pesquisa revelaram variabilidade nas práticas das CCIHs para CPE em hospitais de cuidados intensivos em Ontário. Esta variabilidade é, pelo menos em parte, motivada pela falta de evidências para a melhor prática para CPE, que enfatizam a necessidade urgente de pesquisa nesta área. Apesar das evidências de custo-efetividade para os programas de controle implementados no início do surgimento do CPE, a maioria dos hospitais de Ontário não implementou esses programas e pode não valorizar a necessidade deles localmente. Uma abordagem nacional pode ser necessária para a prevenção e controle da CPE para impedir que a CPE se torne endêmica nesses hospitais.

Sinopse por: Gabriela Esteves de Souza Laiber Chiabai

Fonte: Jamal AJ et cols. Infection prevention and control practices related to carbapenemase-producing Enterobacteriaceae (CPE) in acute-care hospitals in Ontario, Canada. Infection Control & Hospital Epidemiology (2019), 40, 1006–1012

 

E-mail: mailto:[email protected]

Instagram: https://instagram.com/gabrielaesteveschiabai?igshid=7ymvthvfuhk6

Enfermeira do NCIH – Hospital Santa Rita de Cássia – Vitória – ES

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