fbpx


CCIH Cursos: há 20 anos disseminando sabedoria

logo-ccih-famesp-496-x-866-px-1

Como provar o retorno de investimento em um programa de qualidade para redução de infecção do sítio cirúrgico?

Sara Fernanda Hilgert

Estudo comprova o retorno de investimento em programas de qualidade na redução de infecção do sítio cirúrgico em um hospital canadense de atendimento terciário.

POR QUE OS AUTORES REALIZARAM ESTE ESTUDO?

Em 2010, segundo uma análise de dados de um Hospital da cidade de Ottawa, observou-se que a infecção de sítio cirúrgico prolonga a internação de doentes em 7 dias, impactando diretamente na rotatividade de leitos e qualidade do atendimento ao paciente. Tendo em vista, a mudança desse cenário, realizaram investimentos em vários programas de qualidade no atendimento do paciente cirúrgico, principalmente no monitoramento das principais complicações observadas.

COMO REALIZARAM A IMPLANTAÇÃO DESSE SISTEMA DE QUALIDADE?

Tendo acesso a um completo banco de dados com informações mensais sobre infecção de sítio cirúrgico (ISC), gerando a formação de equipes multidisciplinares e grupos de trabalho inicialmente em qualidade de serviço. Notou-se que o investimento maior deveria ser em medidas preventivas, sendo essa tratada como prioridade.

QUAL O TIPO DE ESTUDO REALIZADO? O QUE FOI COMPARADO?

Um estudo retrospectivo de banco de dados de pouco mais de 5 anos. O hospital tinha 1185 leitos, com várias subespecialidades cirúrgicas. Usaram uma incidência mensal e analisaram a taxa de ISC, custos de internação e média de duração da estadia comparando pacientes que tiveram que prolongar a internação, com os que não tiveram ISC. Com esses dados em mãos, foi feita a anáise de custo beneficio no investimento em  prevenção. A ISC foi das 19 complicações, uma das mais observadas e os investimentos para prevenção totalizavam 5,3% do custo hospitalar.

COMO ELES VIRAM A VANTAGEM DESSE PROGRAMA E O IMPACTO NAS DESPESAS DO HOSPITAL?ESSES DADOS SÃO SIGNIFICATIVAMENTE POSITIVOS?

Observou-se através de cálculos baseados nos itens citados acima, levando em consideração a distinção necessária entre os grupos de pacientes que realizam cirurgia e tiveram alta no mesmo dia, aqueles que tem pelo menos 24h de internação e os que necessitam mais dias internados. O fato que haver essa variação dificulta um pouco os cálculos, tendo em vista que o tratamento e os cuidados domiciliares, não são monitorados pela mesma equipe formada pelo Hospital. Após a implantação do núcleo, houve queda de 2,93% de ISC,. No hospital analisado o maior impacto deu-se na especialidade de cirurgia vascular, onde as taxar de infecção  eram maiores e tiveram maior redução.

SEGUNDO OS AUTORES, O QUE DIFICULTA A IMPLANTAÇÃO DESSES ESTUDOS?

Para a realização desse estudo, demandamos de um sistema  corretamente alimentado e com dados pré definidos. Houve dificuldade de concretizar os cálculos, pois o benefício é visível, porém para manter a equipe em funcionamento o impacto deve ser provado, porém não é possível uma análise 100% seguda. Para mudanças nessa magnitude são necessários investimentos, o que apenas terá um retorno a longo prazo, fato esse que faz com que muitas vezes a gerência não apoie integralmente a formação desses grupos. O artigo não cita as medidas práticas para prevenção de infecção que foram implementadas.

 

Fonte:  Katwyk S et cols: The return of investment of hospital-based surgical quality improvement programs in reducing surgical site infection at a Canadian tertiary-care hospital. Infection Control & Hospital Epidemiology (2019), 40, 125–132.

Sinopse por: Sara Fernanda Hilgert

Contato: [email protected]

Compartilhe:

Facebook
Twitter
LinkedIn
plugins premium WordPress
×