Você quer saber as estratégias recomendadas pela SHEA para prevenção de infeçcão do sítio cirúrgico? Em 2022, a SHEA (Society for Healthcare Epidemiology of America) publicou um documento com estratégias atualizadas de prevenção de diferentes infecções relacionadas a assistência a saude (IRAS) em hospitais de cuidados agudos. Vamos relembrar quais são as estratégias de prevenção de sítio cirúrgico (ISC)?
Práticas essenciais
1. Administrar profilaxia antibiótica de acordo com as guidelines e standards baseados em evidência (qualidade de evidência – alta)
2. Usar uma combinação de profilaxia antimicrobiana parenteral e oral antes de cirurgia colorretal eletiva para reduzir o risco de ISC (qualidade de evidência – alta)
3. Descolonizar pacientes cirúrgicos com um agente anti-estafilococo no contexto pré-operatório de procedimentos cirúrgicos cardiovasculares e ortopédicos (qualidade de evidência – alta)
Descolonizar pacientes cirúrgicos submetidos a outros tipos de procedimentos que possuam alto risco de SSI por estafilococos, como aqueles que envolvam material protético (qualidade de evidência – baixa)
4. Usar agentes de preparação vaginal pré-operatória contendo antissépticos para pacientes submetidos a cesárea ou histerectomia (qualidade de evidência – moderada)
5. Não remover os pelos do sítio operatório a menos que a presença deles interfira com o procedimento cirúrgico (qualidade de evidência – moderada)
6. Usar agentes pré-operatórios contendo álcool em combinação com um antisséptico (qualidade de evidência – alta)
7. Para procedimentos que não requeiram hipotermia, manter normotermia (temperatura corpórea >35.5 C) durante o período perioperativo (qualidade de evidência – alta)
8. Usar protetores de ferida plásticos impermeáveis para cirurgias gastrointestinais e do trato biliar (qualidade de evidência – alta)
9. Realizar lavagem antisséptica intraoperatoria da ferida (qualidade de evidência – moderada)
10. Controlar a glicose/glicemia sanguínea durante no período pós-operatório imediato de todos os pacientes (qualidade de evidência – alta)
11. Usar checklist e/ou bundle para assegurar a aderência com as melhores práticas para melhoria da segurança do paciente cirúrgico (qualidade de evidência – alta)
12. Realizar vigilância de ISC (qualidade de evidência – moderada)
13. Aumenta a eficiência da vigilância por meio do uso de dados automatizados (qualidade de evidência – moderada)
14. Prover feedback contínuo sobre as taxas de ISC para o pessoal da equipe perioperatória e liderança (qualidade de evidência – moderada)
15. Mensurar e prover feedback aos profissionais de saúde sobre as taxas de conformidade aos protocolos (qualidade de evidência – baixa)
16. Educar cirurgiões e pessoal da equipe perioperatória sobre as medidas de prevenção de ISC (qualidade de evidência – baixa)
17. Educar os pacientes e suas famílias sobre a prevenção de ISC conforme apropriado (qualidade de evidência – baixa)
18. Implementar políticas e práticas para reduzir o risco de ISC que sejam alinhadas com protocolos, regras e regulamentações baseados em evidência, e instruções de uso dos fabricantes dos dispositivos médicos (qualidade de evidência – moderada)
19. Observar e revisar a conformidade do pessoal da sala operatória, ambientes das salas operatórias e centrais de reprocessamento estéril (qualidade de evidência – baixa)
Abordagens adicionais
1. Realizar avaliação de risco de ISC (qualidade de evidência – baixa)
2. Considerar o uso de curativos de pressão negativa em paciente que possam se beneficiar dos mesmos (qualidade de evidência – moderada)
3. Observar e revisar práticas nas clínicas preoperatorias, unidades de cuidados pós-anestesia, unidades de tratamento intensivo pós-operatória, e/ou alas cirúrgicas (qualidade de evidência – moderada)
4. Usar suturas impregnadas com antisséptico como uma estratégia de prevenção de ISC (qualidade de evidência – moderada)
Fonte: Yokoe DS, Advani SD, Anderson DJ, et al. Executive Summary: A Compendium of Strategies to Prevent Healthcare-Associated Infections in Acute-Care Hospitals: 2022 Updates. Infect Control Hosp Epidemiol. 2023;44(10):1540-1554.
Link: https://doi.org/10.1017/ice.2023.138
https://www.ccih.med.br/revisao-do-guia-shea-idsa-apic-de-prevencao-de-infeccao-do-sitio-cirurgico/
Sinopse por Maria Julia Ricci