Quais desafios e perpesctivas encontra quem pretende ciência brasileira na área da saúde?
O Brasil ocupava em 2022 a 13ª posição no ranking internacional em produção científica, no entanto, tem enfrentado quedas expressivas devido a inúmeros desafios como cortes de financiamento e a fuga de cérebros. Nesta live especial, receberemos o renomado pesquisador e Professor Luiz Eduardo Del Bem para uma discussão sobre as principais dificuldades da carreira científica no Brasil. Exploraremos como a desvalorização da ciência tem atrasado o desenvolvimento de novas tecnologias essenciais para enfrentar os desafios globais na área da saúde, incluindo a prática de controle de infecções, e como a baixa produção de conhecimento pode levar à perda de soberania nacional. A moderação será feita por Beatriz Grion, Filipe Prohaska e Tadeu Fernandes.
Principais tópicos (minutagem):
8:38 – Como está o cenário da ciência brasileira atualmente, e como ela se põe no nível internacional?
11:54– Quais os desafios em produzir ciência no Brasil atualmente?
18:58– Por que a valorização da ciência é importante para a soberania de um país?
27:39 Como as políticas atuais e futuras podem influenciar o desenvolvimento científico?
35:30 Uma pesquisa recente da OCDE mostrou que o Brasil é um dos países onde as pessoas mais acreditam em fakenews. Como você enxerga o impacto das fakenews no descrédito à ciência?
41:48 Reflexões sobre o livro “O Mundo Assombrado pelos Demônios” (Carl Sagan). Razão x Emoção.
44:17 Por que as pessoam tem tendência a acreditar em conteúdos falsos e ideias conspiratórias?
51:11 Como você enxerga a redução do hábito da leitura no contexto das fakenews e na diminuição do interesse pela ciência?
1:01:18 A propagação de fakenews coloca em risco a urgência na resolução de problemas reais, como por exemplo o aquecimento global e seu impacto na transmissão de doenças emergentes. Quais estratégias poderiam ser adotadas para aumentar a confiança do público na ciência?
1:08:07 Como podemos integrar melhor a ciência na política para aumentar sua representatividade e impacto nas decisões políticas?
1:18:02 Quais são os caminhos para alguém que quer desenvolver uma carreira científica?
1:25:28 Como você vê o futuro do controle de infecção num cenário de mudanças climáticas e frente ao desenvolvimento de novas tecnologias para vigilância de agentes patogênicos?
Desafios e perspectivas para ser cientista na área da saúde no Brasil
Ser pesquisador na área da saúde no Brasil no século XXI envolve uma série de perspectivas, oportunidades e desafios, refletindo a complexidade e a importância estratégica dessa profissão.
Perspectivas
Avanços Tecnológicos: O desenvolvimento de novas tecnologias, como inteligência artificial, big data e biotecnologia, abre novas fronteiras para a pesquisa em saúde. Esses avanços possibilitam a criação de tratamentos mais eficazes e personalizados.
Necessidade de Inovação: Com o envelhecimento da população e o surgimento de novas doenças, há uma demanda crescente por inovação na área da saúde. Pesquisas que promovem novos medicamentos, terapias e abordagens de prevenção são essenciais.
Parcerias Globais: A globalização permite que pesquisadores brasileiros colaborem com instituições internacionais, ampliando o alcance e a relevância de suas descobertas.
Oportunidades
Financiamento e Investimentos: Embora seja um desafio, há oportunidades de financiamento por meio de agências governamentais, como o CNPq e a FAPESP, além de parcerias com o setor privado.
Desenvolvimento de Carreira: Instituições acadêmicas e centros de pesquisa no Brasil oferecem programas de pós-graduação e especialização, permitindo o desenvolvimento contínuo de habilidades e conhecimentos.
Impacto Social: A pesquisa na área da saúde tem um impacto direto na qualidade de vida da população. Pesquisadores podem contribuir significativamente para a melhoria dos sistemas de saúde pública e para a promoção da equidade em saúde.
Desafios
Financiamento e Recursos: A escassez de financiamento contínuo e adequado é um dos maiores desafios. Pesquisadores frequentemente enfrentam dificuldades para obter e manter fundos para suas pesquisas.
Infraestrutura: Muitas instituições carecem de infraestrutura adequada, como laboratórios bem equipados e acesso a tecnologias avançadas.
Burocracia: Processos burocráticos podem atrasar a execução de projetos e a obtenção de aprovações éticas e regulatórias.
Fuga de Cérebros: A busca por melhores condições de trabalho e remuneração no exterior leva à perda de talentos, o que enfraquece a capacidade de inovação local.
Importância Estratégica
Melhoria da Saúde Pública: Pesquisas em saúde são fundamentais para a prevenção e controle de doenças, melhorando a qualidade de vida e a longevidade da população.
Redução de Desigualdades: Estudos que abordam as desigualdades em saúde podem orientar políticas públicas mais justas e inclusivas.
Desenvolvimento Econômico: Inovações na área da saúde podem impulsionar a economia, gerando novos empregos e promovendo o desenvolvimento de indústrias de alta tecnologia.
Soberania Nacional: Ter capacidade de pesquisa própria em saúde é estratégico para o país, diminuindo a dependência de tecnologias e conhecimentos estrangeiros.
Características de um Cientista na Área da Saúde
Curiosidade e Inovação: Um cientista deve ser curioso, sempre buscando entender melhor os problemas e desenvolver soluções inovadoras.
Rigor Científico: A aplicação de métodos científicos rigorosos e a capacidade de realizar análises críticas são fundamentais.
Resiliência e Perseverança: A pesquisa científica pode ser desafiadora e repleta de obstáculos. A perseverança é crucial para superar fracassos e dificuldades.
Capacidade de Colaboração: A ciência é uma atividade colaborativa. Habilidades de comunicação e trabalho em equipe são essenciais.
Ética e Responsabilidade: A pesquisa em saúde lida diretamente com a vida humana, exigindo um compromisso rigoroso com a ética e a responsabilidade social.