Em 1º de dezembro acontece o Dia Mundial de luta contra a AIDS, um momento importante para ampliar a conscientização sobre os desafios existentes na busca pela erradicação da AIDS até 2030 e para o êxito na resposta ao HIV. O tema escolhido pela OMS para a campanha desse ano foi ‘Deixe as comunidades liderarem’, destacando o protagonismo das comunidades mais impactadas pelo HIV como fonte de informações para a formação de uma resposta eficaz ao vírus. Abordagens que priorizem a capacitação da comunidade têm o potencial de ampliar o acesso de pessoas em situação de risco a tecnologias como autotestes, PrEP (PrEP, do inglês Pre-Exposure Prophylaxis) e tratamento adequado para atingir uma carga viral indetectável, interrompendo, desse modo, a cadeia de transmissão.
Segundo estimativas da OMS, até o final de 2022 aproximadamente 39 milhões de pessoas estavam vivendo com HIV, destes ~65% (25,6 milhões) estão na África. No mesmo ano, em torno de 630.000 de pessoas morreram de causas relacionadas ao HIV – uma vida perdida a cada minuto. Embora ainda não exista uma cura para a infeccção pelo HIV, ela se tornou uma condição crônica gerenciável devido ao acesso a métodos eficazes de prevenção, diagnóstico, tratamento e cuidados, incluindo infecções oportunistas. No entanto, 9,2 milhões de pessoas vivendo com HIV não têm acesso ao tratamento. A falta de serviços de prevenção focados na comunidade e de financiamento e abordagens inovadoras para grupos, além de barreiras impostas por leis punitivas e discriminação são fatores que contribuem para essa situação.
Como parte do compromisso da UNAIDS (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids) para erradicar a epidemia de HIV até 2030, foi estabelecido que até 2025, 95% dos acometidos devem estar diagnosticados e, destes, pelo menos 95% recebendo tratamento antirretroviral (TARV). Das pessoas em tratamento, 95% devem alcançar uma carga viral suprimida. Essas três metas visam melhorar a saúde individual e reduzir a transmissão do HIV. Em 2022, esses índices foram de 86%, 89% e 93%, respectivamente. Das pessoas vivendo com HIV em 2022, 86% sabiam seu status, destes 76% estavam recebendo tratamento e 71% tinham carga viral suprimida.
No Brasil, o cenário epidemiológico aponta que aproximadamente 1 milhão de pessoas vivem com HIV, sendo que apenas 88% conhecem seu diagnóstico. Desses, 83% estão em tratamento, e 95% estão com carga viral suprimida. Portanto, até o momento apenas 1 das 3 metas estabelecidas pela Unaids foram atingidas no país. Mesmo com a disponibilidade de testes rápidos e medicamentos amplamente disponíveis no SUS, o Brasil ainda enfrenta os desafios decorrentes da grave desigualdade social, fator fortemente associado a um maior ônus de HIV/AIDS no país. Um estudo recente mostrou que os brasileiros que vivenciam elevados níveis de privação socioeconômica apresentam maiores chances de adoecer e morrer por AIDS. Esse dado reforça a importância de implementar ações eficazes de educação em saúde que alcancem essa população mais vulnerável, ao mesmo tempo em que ressalta a importância do pleno acesso a recursos de prevenção, diagnóstico e tratamento precoce.
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Referências:
https://www.who.int/campaigns/world-aids-day/world-aids-day-2023
https://www.paho.org/pt/campanhas/dia-mundial-luta-contra-aids-2023
https://www.thelancet.com/journals/lanam/article/PIIS2667-193X(23)00128-X/fulltext#%20