Esta live, baseada em artigo recente, questiona e responde nossas principais dúvidas sobre isolamento e precauções, baseada em evidências científicas.
Na próxima terça-feira, receberemos a Professora Julia Kawagoe para esclarecer dúvidas sobre o protocolo de precauções e isolamento, com o objetivo de prevenir e controlar a transmissão de microrganismos patogênicos e de importância clínica em ambientes de assistência à saúde. A discussão abordará perguntas frequentes sobre o tema e oferecerá orientações práticas sobre como manejar situações de isolamento e aplicar precauções de forma eficaz. A moderação será feita por Beatriz Grion, Filipe Prohaska e Tadeu Fernandes.
Principais momentos (minutagem):
4:59 Início da apresentação.
5:57 Relembrando as medidas de precaução que quebram a cadeia de transmissão microbiana.
9:13 Sobrevivência em superfícies = reservatórios ambientais.
11:27 Impacto do uso da preparação alcóolica e quartos individuais nos microrganismos resistentes.
12:48 Fatores de risco para disseminação de agentes MR
18:06 Tendências de contaminação ambiental
20:12 Políticas internacionais para limitar a disseminação de MR
23:36 Custo-benefício da coorte
27:16 Conclusões da apresentação
29:37 Situações de surto por microrganismos sensíveis a antimicrobianos
32:15 Identificação de surtos, vigiliância epidemiológica e capacidade diagnóstica.
36:55 Limite endêmico
39:04 Efetividade das medidas de precaução de contato. Qual a evidência?
41:34 Incontinência fecal.
45:50 Indicação de culturas de vigilância.
51:51 Coleta de swabs de vigilância de pacientes procedentes de outra instituição.
54:28 Excesso de solicitação de exames. Importância de estabelecer critérios para indicação de coleta.
1:03:26 Cirurgia eletiva ortopédica em pacientes colonizados e limpeza da sala cirúrgica.
1:06:10 Materias descartáveis e ampolas não utilizados em cirurgia de paciente colonizado.
1:11:25 Maturidade e ética profissional
1:14:03 Isolamento de pacientes com resistência a carbapenemicos e conscientização da equipe.
1:18:16 Indicadores de resultado, processo e estrutura.
1:24:12 Indicações para suspensão do isolamento em situações de doenças infectocontagiosas e microganismos multiR.
1:29:04 Relato de experiência em unidade neonatal em situações de microrganismos resistentes a carbapenêmicos.
1:34:34 Considerações finais.
Prevenção da transmissão de doenças infectocontagiosas
As doenças infecciosas podem ser transmitidas por vários mecanismos, e cada mecanismo de transmissão requer medidas específicas de precaução e isolamento para prevenir a disseminação da doença. Abaixo estão os principais mecanismos de transmissão e as medidas associadas:
Mecanismos de Transmissão:
1. Transmissão por contato direto:
– Descrição: Ocorre quando há contato físico direto entre a pessoa infectada e uma pessoa suscetível, permitindo a transferência de microrganismos.
– Exemplos: Herpes simplex, varicela, impetigo.
2. Transmissão por contato indireto:
– Descrição: Envolve a transferência de agentes infecciosos através de um objeto ou superfície contaminada.
– Exemplos: Estafilococos, maioria das infecções hospitalares de origem exógena, enterovírus.
3. Transmissão por gotículas:
– Descrição: Ocorre quando gotículas respiratórias, geralmente maiores que 5 micrômetros, são expelidas por uma pessoa infectada ao tossir, espirrar ou falar, e são inaladas ou entram em contato com as mucosas de uma pessoa suscetível.
– Exemplos: Influenza, coqueluche, difteria.
4. Transmissão aérea:
– Descrição: Envolve partículas de núcleo de gotículas menores que 5 micrômetros, que podem permanecer suspensas no ar por longos períodos e serem inaladas.
– Exemplos: Tuberculose, sarampo, varicela.
- Transmissão fecal-oral:
– Descrição: Ocorre quando alimentos, água ou mãos contaminadas com fezes de uma pessoa infectada são ingeridos ou manipulados e contaminados por outra pessoa.
– Exemplos: Hepatite A, poliomielite, cólera.
6. Transmissão por vetores:
– Descrição: Envolve a transmissão de agentes infecciosos por insetos ou outros animais.
– Exemplos: Malária, dengue, doença de Lyme.
Classificação e Medidas de Precaução e Isolamento:
1. Precauções Padrão:
– Indicação: Aplicáveis a todos os pacientes, independentemente do diagnóstico ou status de infecção.
– Medidas: Higienização das mãos, uso de luvas, máscaras, aventais e óculos de proteção quando houver risco de exposição a fluidos corporais oriundos do paciente ou de superfícies tocadas com frequência.
- Precauções de Contato:
– Indicação: Doenças transmitidas por contato direto ou indireto.
– Medidas: Uso de luvas e aventais ao entrar no quarto do paciente; uso de equipamentos dedicados ou descartáveis; higienização rigorosa de mãos e superfícies.
3. Precauções por Gotículas:
– Indicação: Doenças transmitidas por gotículas respiratórias.
– Medidas: Uso de máscara cirúrgica ao entrar no quarto do paciente; manter distância mínima de 1 metro do paciente; quarto privativo ou coorte com pacientes com a mesma infecção.
4. Precauções Aéreas:
– Indicação: Doenças transmitidas por aerossóis.
– Medidas: Uso de máscara N95 ou PFF2 ao entrar no quarto do paciente; quarto com pressão negativa e portas fechadas; limitação do transporte do paciente fora do quarto.
5. Precauções Enterais (Fecal-Oral):
– Indicação: Doenças transmitidas por via fecal-oral.
– Medidas: Higienização rigorosa das mãos, especialmente após usar o banheiro e antes de preparar alimentos; manejo adequado de alimentos e água; saneamento básico.
Maiores informações MBA CCIH:
https://www.ccih.med.br/cursos-mba/mba-ccih-gestao-em-saude-e-controle-de-infeccao/