Como entender e vencer a resistência dos profissionais dos profissioansi de saúde as mudanças de comportamento que pretendemos implantar? Texto e entrevista com o Dr Marcius Prestes.
Mudanças são inevitáveis no ambiente hospitalar, especialmente quando se trata de práticas de controle de infecção. No entanto, a CCIH enfrenta desafios significativos ao alterar comportamentos dos profissionais de saúde? Por que isso acontece? Quais são as barreiras e como podemos superá-las? Nesta live com o Professor Marcius Prestes, iremos explorar os principais desafios na mudança de comportamento e estratégias eficazes para a gestão da mudança. Moderação com Beatriz Grion, Filipe Prohaska e Tadeu Fernandes.
Principais tópicos (minutagem):
05:47 Apresentação – Professor Marcius.
16:07 Afinal, por que é tão desafiador convencer as pessoas de um melhoria?
30:36 Como trabalhar a gestão emocional nos estudantes de medicina?
40:53 Técnica de storytelling. Dicas de como fazer uma abordagem emocional para convencer a equipe a aderir uma melhoria.
52:27 Caminhos necessários para construir um processo de conquista.
58:40 Variações culturais no contexto do processo de mudança comportamental.
1:00:50 Exemplo de mudança comportamental – Dieta enteral e banho no leito.
1:03:59 Percepção sobre a CCIH pela equipe e oportunidade de mudanças durante a visita multidisciplinar.
1:11:05 Compensação = recompensa. Princípio da segurança psicológica.
1:17:10 Como lidar com a resistência à mudança e identificar o perfil de pessoas resistentes na equipe.
1:25:30 Encerramento
Resistência dos Profissionais de Saúde a Mudanças: Razões e Estratégias
Por que os profissionais de saúde resistem a mudanças?
Conforto com a Rotina:
Muitos profissionais de saúde estão acostumados com suas rotinas e práticas estabelecidas. Mudar esses hábitos pode ser desconfortável e intimidante.
Medo do Desconhecido:
A introdução de novas práticas ou tecnologias pode gerar incertezas sobre sua eficácia, segurança e impacto no dia a dia, levando a uma resistência natural.
Falta de Tempo:
A rotina de trabalho na saúde é frequentemente muito intensa. A falta de tempo para aprender e adaptar-se a novas práticas pode ser uma barreira significativa.
Incerteza sobre Benefícios:
Se os profissionais não estão convencidos dos benefícios das mudanças propostas, eles são menos propensos a adotar novas condutas.
Falta de Recursos e Suporte:
A ausência de recursos adequados (financeiros, tecnológicos, humanos) e de suporte institucional pode dificultar a implementação de novas práticas.
Histórico de Fracassos:
Experiências passadas negativas com mudanças mal implementadas podem gerar ceticismo e resistência em adotar novas iniciativas.
Principais Estratégias para Superar Barreiras
Educação e Treinamento:
Oferecer programas de capacitação contínua para que os profissionais compreendam as novas práticas e se sintam confiantes em aplicá-las.
Envolvimento e Participação:
Envolver os profissionais de saúde no processo de mudança desde o início, permitindo que eles contribuam com suas perspectivas e sugestões.
Comunicação Eficaz:
Manter uma comunicação clara e transparente sobre as razões e os benefícios das mudanças, bem como sobre os processos envolvidos.
Liderança e Modelagem de Comportamento:
Líderes e gestores devem exemplificar o comportamento desejado e apoiar os profissionais durante o processo de transição.
Suporte Contínuo:
Disponibilizar recursos e suporte contínuo, como acompanhamento, feedback e assistência técnica, para facilitar a adaptação às novas práticas.
Reconhecimento e Incentivos:
Reconhecer e recompensar os profissionais que adotam e promovem mudanças positivas, incentivando assim os demais a seguir o exemplo.
Abordagem Gradual:
Implementar mudanças de forma gradual, permitindo que os profissionais se adaptem aos poucos e minimizando o impacto no dia a dia.
Como a liderança pode influenciar a adoção de mudanças no ambiente hospitalar?
Papel da Liderança na Adoção de Mudanças
Visão e Direção Clara:
Líderes efetivos comunicam uma visão clara e convincente sobre as mudanças necessárias. Eles explicam os objetivos, os benefícios esperados e a importância da mudança para a organização.
Engajamento e Envolvimento:
Líderes devem envolver os profissionais de saúde no processo de mudança desde o início. Isso inclui ouvir suas preocupações, acolher sugestões e fazer ajustes com base no feedback recebido.
Modelo de Comportamento:
Os líderes devem exemplificar os comportamentos e atitudes esperados. Ao demonstrar compromisso e adesão às novas práticas, eles servem como modelos a serem seguidos pelos demais profissionais.
Suporte e Recursos:
Prover suporte contínuo e recursos adequados é crucial. Isso pode incluir treinamento, acesso a novas tecnologias e alocação de tempo para que os profissionais se adaptem às mudanças.
Comunicação Efetiva:
Manter uma comunicação transparente e frequente sobre o progresso das mudanças, os desafios enfrentados e as soluções adotadas. Isso ajuda a reduzir a ansiedade e a resistência entre os profissionais.
Reconhecimento e Incentivos:
Reconhecer e recompensar os profissionais que adotam e promovem mudanças é fundamental. Isso pode ser feito através de elogios públicos, prêmios ou outros incentivos que motivem os profissionais a se engajar nas novas práticas.
Gestão de Conflitos:
Habilidades de gestão de conflitos são essenciais para resolver qualquer resistência ou desacordo que possa surgir durante o processo de mudança. Os líderes devem ser capazes de mediar discussões e encontrar soluções colaborativas.
Apoio Psicológico:
Oferecer apoio emocional e psicológico pode ser vital para profissionais que estão lidando com o estresse e a ansiedade associados às mudanças.
Exemplos de Liderança Efetiva na Adoção de Mudanças
Hospitais que Implementaram Sistemas Eletrônicos de Saúde (EHR):
Em muitos casos, a adoção de EHRs foi bem-sucedida devido ao envolvimento ativo da liderança, que garantiu treinamento adequado, suporte técnico e comunicou claramente os benefícios dos sistemas eletrônicos.
Mudanças nas Diretrizes de Segurança do Paciente:
Líderes que estabeleceram novas diretrizes de segurança do paciente frequentemente usaram abordagens colaborativas, envolvendo equipes de saúde na criação e implementação das novas práticas.
Elaborado por: Antonio Tadeu Fernandes e Beatriz Grion.