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CCIH CURSOS: HÁ 21 ANOS DISSEMINANDO SABEDORIA

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Estratégias recomendadas pela SHEA (2022) para prevenção de pneumonia associada à ventilação e eventos associados à ventilação

Essa publicação apresenta um compendio contendo as estratégias atualizadas de prevenção de diferentes infecções relacionadas a assistência a saude (IRAS) em hospitais de cuidados agudos, de acordo com a SHEA.

O documento resume as recomendações atualizadas da SHEA para a prevenção de IRAS. Vamos rever as principais recomendações para prevenção de pneumonia associada a ventilação e eventos associados a ventilação

 

Quais as estratégias de prevenção de pneumonia associada a ventilação (VAP) e eventos associados a ventilação (VAE)?

 

Práticas essenciais para pacientes adultos

Intervenções com pequeno risco de causar danos e que são associadas a diminuição da duração da ventilação mecânica, do período de permanência, da mortalidade, da utilização de antibióticos, e/ou dos custos

 

Evitar intubação e prevenir reintubação quando possível:

1.      Usar oxigênio nasal de alto fluxo ou ventilação não invasiva por pressão positiva (NIPPV) conforme apropriado, quando seguro e possível (qualidade de evidência – alta)

 

Minimizar a sedação

1.      Minimizar a sedação de pacientes ventilados sempre que possível (qualidade de evidência – alta)

2.      Preferencialmente usar estratégias multimodais e medicamentos não benzodiazepinicos para gerir agitação (qualidade de evidência – alta

3.      Utilizar um protocolo para minimizar a sedação (qualidade de evidência – alta)

4.      Implementar um protocolo de liberação do ventilador (qualidade de evidência – alta)

 

Manter e melhorar o condicionamento físico

1.      Prover exercício e mobilização precoces (qualidade de evidência – moderada)

Elevar o cabeçal da cama em 30-45 graus (qualidade de evidência – baixa)

Prover cuidados orais com escovação dental, mas sem clorexidina (qualidade de evidência – moderada)

Prover nutrição processo por via enteral ao invés de parenteral. (Qualidade de evidência – alta)

 

Manter os circuitos do ventilador

1.      Trocar o circuito do ventilador apenas se visivelmente sujo ou se apresentar mal funcionamento (ou de acordos com as instruções do fabricante) (qualidade de evidência – alta)

 

Abordagens adicionais em adultos :

 

Podem diminuir a duração da ventilação mecânica, duração da permanência, e/ou mortalidade em algumas populações mas não em outras, e podem conferir algum risco de causar danos em algumas populações.

1.      Considerar o uso seletivo de descontaminação da orofaringe e do trato digestivo para diminuir o fardo de doenças microbianas em UTIs com baixa prevalência de organismos resistentes a antibióticos. Descontaminação antimicrobiana não é recomendado em países, regiões, ou UTIs com alta prevalência de organismos resistentes a antibióticos (qualidade de evidência – alta)

Podem diminuir as taxas de VAP, mas os dados atuais são insuficientes para determinar o impacto na duração da ventilação mecânica, duração da permanência, e mortalidade

1.      Considerar o uso de tubos endotraqueais com portas de drenagem de secreção sub-glótica para minimizar o acúmulo de secreções acima do manguito de traqueostomia em pacientes propensos a necessitar de intubação >48-72 horas (qualidade de evidência – moderada)

2.      Considerar traqueostomia precoce (qualidade de evidência – moderada)

3.      Considerar inserção de tubo de alimentação pós-pilórico em pacientes com intolerância a alimentação gástrica e com alto risco de aspiração (qualidade de evidência – moderada)

 

Práticas essências para pacientes neonatais prematuros

Apresentam risco mínimo de causar danos e podem diminuir taxas de VAP e/ou de PedVAE

Evitar intubação (qualidade de evidência – alta)

Minimizar a duração de ventilação mecânica (qualidade de evidência – alta)

 

1.      Gerir pacientes sem sedação sempre que possível (qualidade de evidência – baixa)

2.      Usar terapia de cafeina para apneia por prematuridade dentro de 72 horas após o nascimento para facilitar extubação (qualidade de evidência – alta)

3.      Avaliar a prontidão para extubação diariamente (qualidade de evidência – baixa)

4.      Tomar medidas para minimizar extubação não planejada e reintubação (qualidade de evidência – baixa)

5.      Prover cuidado oral regular com água estéril (extrapolado da prática em bebês e crianças, sem dados em neonatos prematuros) – qualidade de evidência – baixa)

6.      Trocar o circuito do ventilador apenas se visivelmente sujo ou em caso de mal funcionamento ou de acordo com as intruções de uso do fabricante (extrapolado de estudos em adultos e crianças, sem dados em neonatos prematuros) (qualidade de evidência – baixa)

 

Abordagens adicionais em neonatos prematuros

Risco mínimo de causar danos, mas impacto desconhecido nas taxas de VAP e VAE

1.      Posicionamento lateral reclinado (qualidade de evidência – baixa)

2.      Posicionamento Trendelenberg reverso (qualidade de evidência – baixa)

3.      Sucção fechada ou em linha (qualidade de evidência – baixa)

4.      Cuidado oral com colostro materno (qualidade de evidência – moderada)

 

Práticas essenciais em pacientes pediátricos

Conferem risco mínimo de causar danos e parte dos dados sugere que podem diminuir as taxas de VAP, as taxas de PedVAE, e/ou o tempo de duração de ventilação mecânica

 

Evitar intubação

1.      Usar ventilação não invasiva de pressão positiva (NIPPV) ou cânula nasal de oxigênio de alto fluxo quando seguro e possível (qualidade de evidência – moderada)

 

Minimizar a duração de ventilação mecânica

1.      Avaliar a prontidão para extubação diariamente usando tentativas de respiração espontânea em pacientes sem contraindicações (qualidade de evidência – moderada)

2.      Tomar medidas para minimizar extubação não planejada e reintubação (qualidade de evidência – baixa)

3.      Evitar sobrecarga de fluidos (qualidade de evidência – moderada)

 

Prover cuidado oral regular (ou seja, por meio de escovação ou gaze em caso de não dentição) (qualidade de evidência – baixa)

Elevar o cabeçal das camas a menos que medicamente contraindicado (qualidade de evidência – baixa)

 

Manter o circuito dos ventiladores

1.      Trocar o circuito do ventilador apenas quando visivelmente sujo ou em caso de mal funcionamento (ou de acordo com as instruções do fabricante) (qualidade de evidência – moderada)

2.      Remover condensado do circuito do ventilador frequentemente e evitar a drenagem do condensado na direção do paciente (qualidade de evidência – baixa)

Seleção e gestão do tubo endotraqueal

1.      Utilizar tubos endotraqueais com balão (qualidade de evidência – baixa)

2.      Manter a presão e o volume do balão nas configurações minimamente oclusivas para prevenir vazamentos de ar clinicamente significantes em torno/próximos ao tubo endotraqueal, tipicamente 20-25 cm H2O. Essa abordagem de “vazamento mínimo” é associada a menores taxas de estridor pós extubação (qualidade de evidência – baixa)

3.      Sucção de secreções orais antes de cada mudança de posicionamento (qualidade de evidência – baixa)

 

Abordagens adicionais em pacientes pediátricos

Riscos mínimos de causar danos e alguma evidência de benefício em pacientes adultos, mas com dados limitados em população pediátrica.

1.      Minimizar sedação (qualidade de evidência – moderada)

2.      Usar tubos endotraqueais com portas de drenagem de secreção sub-glótica em pacientes com idade maior ou igual a 10 anos (qualidade de evidência – baixa)

3.      Considerar traqueostomia precoce (qualidade de evidência – baixa)

 

Quais a estratégias de prevenção de pneumonia adquirida em hospitais não relacionada a ventiladores (NV-HAP)?

Práticas endossadas por estudos intervencionados que sugerem menores taxas de NV-HAP

1.      Prover cuidados orais regulares

2.      Diagnosticar e gerir disfagia

3.      Prover mobilização precoce

4.      Implementar estratégias multimodais para previnir infeções virais

5.      Usar bundles de prevenção

 

Fonte: Yokoe DS, Advani SD, Anderson DJ, et al. Executive Summary: A Compendium of Strategies to Prevent Healthcare-Associated Infections in Acute-Care Hospitals: 2022 Updates. Infect Control Hosp Epidemiol. 2023;44(10):1540-1554.

Link: https://doi.org/10.1017/ice.2023.138

Sinopse por Maria Julia Ricci

LinkedIn: www.linkedin.com/mariajuliaricci

E-mail: [email protected]

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