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Hepatite aguda de causa desconhecida afeta crianças principalmente na Europa

A Organização Mundial da Saúde (OMS) atualizou a situação dos casos de hepatite aguda de causa desconhecida em crianças. Segundo a OMS, foram registrados pelo menos 169 casos em 12 países até o dia 21 de abril. Saiba mais:

  • Em quais países foram identificados casos?
  • Qual é o quadro clínico apresentado?
  • O que se sabe até agora sobre sua etiologia?
  • Existem outras possíveis etiologias para a hepatite aguda grave?
  • Que ações estão sendo tomadas pela saúde pública?
  • Como está a situação desta doença no Brasil?

Em quais países foram identificados casos de hepatite aguda?

As primeiras infecções ocorreram no início de abril na Escócia. Na sequência, outras crianças foram diagnosticadas em outros locais do Reino Unido. Os casos foram notificados no Reino Unido (114), Espanha (13), Israel (12), Estados Unidos (9), Dinamarca (6), Irlanda (< 5), Holanda (4), Itália (4), Noruega (2), França (2), Romênia (1) e Bélgica (1). Os casos atingiram crianças e adolescentes entre 1 mês e 16 anos de idade. Dezessete crianças (aproximadamente 10%) necessitaram de transplante de fígado, uma morte foi relatada.

Qual é o quadro clínico apresentado?

De acordo com a OMS, o quadro clínico consiste em hepatite aguda com enzimas hepáticas acentuadamente elevadas. Muitos pacientes apresentaram sintomas gastrointestinais, incluindo dor abdominal, diarreia e vômitos antes da evolução para a hepatite aguda e icterícia. A maioria dos pacientes não apresentou febre.

A gravidade dos casos é o que tem chamado a atenção dos especialistas. “A hepatite é uma condição bastante rara em crianças e estes são casos agudos, o que é ainda mais raro”, disse Will Irving, virologista da Universidade de Nottingham. Frequentemente, a hepatite tem sintomas leves. No entanto, nos casos diagnosticados nesta onda “quase todas as crianças tinham fígados muito danificados”, diz Will Irving.

O que se sabe até agora sobre sua etiologia?

Essa hepatite tem uma causa, por enquanto, tratada como “misteriosa”, já que nenhum dos vírus conhecidos da hepatite foi encontrado nos exames dos pacientes. Além disso, também não foram identificados fatores ambientais comuns que pudessem explicar a doença, como o consumo de alimentos contaminados ou a exposição a certas substâncias tóxicas. A distribuição geográfica dos pacientes, nos dois lados do Atlântico, reduz ainda mais as chances de encontrar uma explicação ligada a um fator local.

Os vírus comuns que causam hepatite viral aguda (vírus da hepatite A, B, C, D e E) não foram detectados em nenhum desses casos. Viagens internacionais para outros países com base nas informações atualmente disponíveis não foram identificados como fatores associados à doença.

Desde a identificação dos primeiros relatos da hepatite aguda de causa desconhecida no Reino Unido e Irlanda no dia 15 de abril, a OMS realiza a investigação dos casos.

De acordo com a OMS, ainda não está claro se desde então houve um aumento nos casos de hepatite ou um aumento na busca ativa pelos casos que já acontecem mas permaneceriam sem detecção se não fosse pelo alerta.

Um adenovírus está no radar dos cientistas como possível suspeito: o AD-41. O vírus é parte uma grande família responsável na maioria das vezes por sintomas muito leves, como resfriados ou fadiga. “Ele é conhecido por causar gastroenterite em crianças, mas que nunca foi associado a um risco de hepatite”, observa Will Irving.

Embora o adenovírus seja uma possível causa, as investigações estão em andamento para esclarecer o agente causador da doença. O adenovírus foi detectado em pelo menos 74 casos e, do número de casos com informações sobre testes de diagnóstico moleculares, 18 foram identificados como F tipo 41. O SARS-CoV-2, vírus responsável pela Covid-19, foi identificado em 20 dos casos testados. Além disso, 19 foram detectados com uma coinfecção por SARS-CoV-2 e adenovírus.

O Reino Unido, onde a maioria dos casos foi relatada até o momento, observou recentemente um aumento significativo nas infecções por adenovírus, particularmente detectado em amostras fecais em crianças, após baixos níveis de circulação no início da pandemia de Covid-19. A Holanda também relatou um aumento simultâneo da circulação de adenovírus. No entanto, devido ao aumento da testagem laboratorial para adenovírus, os achados podem representar a identificação do que poderia ocorrer normalmente e não necessariamente um aumento da circulação do vírus.

Existem outras possíveis etiologias para a hepatite aguda grave?

Desde o início o movimento antivacina tentou associar, sem qualquer evidência científica que sugerisse tal vínculo epidemiológico. Outra hipótese aventada foi a exposição alimentar a aflafoxinas produzidas por fungos do gênero Aspergillus, que a partir do solo contaminam alimentos e produzem esta toxina que pode provocar necrose hepática aguda, particularmente em crianças.

Que ações estão sendo tomadas pela saúde pública?

Outras investigações estão em andamento em países que identificaram casos e incluem históricos clínicos e de exposição mais detalhados, testes toxicológicos (que incluem testes de toxicidade ambiental e alimentar) e testes virológicos/microbiológicos adicionais. Os países afetados também iniciaram atividades de vigilância aprimoradas.

A OMS e o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC, na sigla em inglês) estão apoiando os países nas investigações em andamento e coletando informações dos países que relatam casos.

As informações disponíveis são divulgadas pelos países por meio de suas Redes de Hepatite e organizações clínicas, como a Associação Europeia para o Estudo do Fígado, a Sociedade Europeia de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas (ESCMID) e a Sociedade Europeia de Gastroenterologia Pediátrica, Hepatologia e Nutrição (ESPGHAN).

Como está a situação desta doença no Brasil?

Até o dia 07/05 o Ministério da saúde tinha identificado 16 possíveis casos de hepatite em criança, mas sem o diagnóstico etiológico confirmado (São Paulo 7; Rio de Janeiro: 6; Paraná:3) e até esta data a doença já atingiu 20 países.

Sinopse por: Antonio Tadeu Fernandes

Links associados:

https://www.paho.org/pt/noticias/3-5-2022-perguntas-e-respostas-hepatite-aguda-grave-em-criancas

https://www.cnnbrasil.com.br/saude/casos-de-hepatite-infantil-de-causa-desconhecida-chegam-a-169-em-12-paises-diz-oms/

https://g1.globo.com/saude/noticia/2022/04/21/casos-de-hepatite-aguda-em-criancas-na-europa-e-nos-eua-colocam-medicos-em-alerta.ghtml

https://www.science.org/doi/10.1126/sciadv.abe0974

https://www.folhape.com.br/noticias/ministerio-da-saude-monitora-sete-casos-suspeitos-de-hepatite-em/225871/

Palavras chave / TAGs: hepatite, pediatria, crianças, Europa, adenovírus, gravidade, OMS, Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças, ESCMID

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