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Impacto de infecções adquiridas em hospitais na mortalidade durante um ano pós-transplante em pacientes pediátricos com transplante de medula óssea

Crianças submetidas a transplante de células-tronco hematopoiéticas (hematopoietic stem cell transplant – HSCT) são propensas a infecções, especialmente quando hospitalizadas para o transplante ou atendimento médico adicional. O estudo foi conduzido com o intuito de avaliar a carga e o impacto das infecções adquiridas em hospitais (HAIS) no risco de mortalidade em pacientes pediátricos de HSCT. Os achados sugerem que a prevenção de CLABSIs e infecções respiratórias por adenovírus são cruciais para melhorar a sobrevida de 1 ano entre pacientes pediátricos de TCTH.

Qual a justificativa do estudo?

Crianças submetidas a transplante de células-tronco hematopoiéticas (hematopoietic stem cell transplant – HSCT) são propensas a infecções, especialmente quando hospitalizadas para o transplante ou atendimento médico adicional. Esta população de pacientes é reconhecida como propensa a complicações infecciosas devido a vários fatores, incluindo doença subjacente, neutropenia, linfopenia, imunossupressão e efeitos residuais de medicamentos usados durante a terapia de condicionamento. Infecções são percebidas como aumentando o risco de mortalidade do paciente, mas faltam dados.

Qual o objetivo do estudo?

O estudo foi conduzido com o intuito de avaliar a carga e o impacto das infecções adquiridas em hospitais (HAIS) no risco de mortalidade em pacientes pediátricos de HSCT.

Qual metodologia foi empregada?

Este estudo retrospectivo incluiu 169 pacientes que receberam HSCT alogênico entre 1º de janeiro de 2011 e 6 de julho de 2017 no Children’s National Hospital no distrito da Columbia (EUA), um centro de referência terciário que dispõe de 14 leitos privativos incluindo 11 para cuidado intensivo e 3 para cuidados críticos com fluxo de ar positivo e filtro HEPA. Os dados clínicos e laboratoriais do período de 1 ano após o transplante foram revisados para determinar presença de HAI e status de sobrevivência. As taxas de incidência de HAIs estratificadas por infecções da corrente sanguínea, respiratória e gastrointestinal foram comparadas entre pacientes falecidos e sobreviventes.

Quais os principais resultados?

Incluindo o transplante, 169 pacientes tiveram 499 internações hospitalares contabilizando um total de 10.523 pacientes-dia e 112 episódios de HAI, resultando em uma taxa de HAI de 10,6 por 1.000 pacientes-dia. Dentro de 1 ano após o transplante, 38 (22%) pacientes morreram, 30 (17,5%) com causas não relacionadas à recidiva. A taxa de incidência de HAIs por 1000 pacientes-dia que faleceram foi 28.8, comparada a 8.1 nos sobreviventes.

A análise univariada não ajustada revelou mortalidade correlacionada com a origem celular, tipo de doador, infecções virais respiratórias e infecção da corrente sanguínea associada à linha central (Central line associated blood stream infection – CLABSI). A análise ajustada revelou CLABSI e infecção por adenovírus respiratório aumentaram o risco de mortalidade em 5 e 6 vezes respectivamente.

Quais as conclusões e recomendações finais?

À luz da alta frequência de múltiplos fatores que contribuem para a mortalidade, não é possível determinar o grau de mortalidade contribuído por HAI. No entanto, os achados sugerem que a prevenção de CLABSIs e infecções respiratórias por adenovírus são cruciais para melhorar a sobrevida de 1 ano entre pacientes pediátricos de TCTH.

Os autores ressaltam também que a compatibilidade do doador foi identificada como fator protetivo e associada a uma redução de risco de morte de 71%.

Quais as limitações apresentadas?

Os autores citam algumas limitações do estudo. A primeira, e extremamente importante, é que o estudo foi realizado em um único centro. A segunda é a notória dificuldade de diagnosticar e avaliar as infecções por fungos invasivos. Além disso é difícil medir o nível de contribuição dessas infecções a mortalidade dos pacientes de HSCT já que esse podem ter múltiplas infecções ou fatores de risco.

Que críticas e observações finais?

Esse estudo é muito interessante e parte da importância de não considerar o conhecimento empírico como intocável. Devemos, como profissionais da área da saúde, questionar os protocolos existentes e tomar decisões com base em evidências.

Fonte: Hanisch BR, Cohen W, Jacobsohn D, Song X. Impact of hospital acquired infections on post-transplant one year mortality in pediatric bone marrow transplant patients. Am J Infect Control. 2021 Feb;49(2):179-183

Sinopse por: Maria Julia Ricci

Contato: [email protected]

 

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