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Implementação da política de Switch IV-VO – “colhendo os frutos mais fáceis”

Alguns agentes antimicrobianos possuem ótima disponibilidade oral e uma estratégia recomendada de stewardship de antimicrobianos é a conversão da terapia por via intravenosa para via oral. Esse estudo avalia essa prática em 16 hospitais estadunidenses.  

O que é o Switch IV-VO? 

A conversão da administração intravenosa (IV) para via oral (VO) de agentes antibióticos com alta disponibilidade oral é considerada uma intervenção relativamente simples dos programas de stewardship antimicrobiano, podendo contribuir para a redução de custos, diminuição dos riscos associados ao acesso intravenoso e melhora do conforto do paciente. Apesar desses benefícios, e de não alterar a eficácia do tratamento, em muitas instituições de saúde ainda há um subaproveitamento das oportunidades de conversão IV-VO.  

Avaliação da implementação de uma política de Switch 

Esse estudo teve como objetivo avaliar a implementação da conversão de terapia antibiótica de IV-VO, comparando o aproveitamento das oportunidades de conversão entre unidades intra-hospitalares, hospitais e agentes terapêuticos. 

Foi realizada uma análise retrospectiva dos dados de uso de antimicrobianos de 16 hospitais comunitários norte-americanos entre julho de 2018 e junho de 2019.  Foram incluídos no estudo agentes antimicrobianos de alta biodisponibilidade oral e, portanto, passiveis de conversão IV-VO – foram eles azitromicina, ciprofloxacina, doxiciclina, linezolida, metronidazol, fluoroquinolonas respiratórias (levofloxacina e moxifloxacina) e voriconazol.  

A métrica utilizada para comparação foi um cálculo simples utilizando os dias de terapia (DOT) – dividindo os dias de terapia digestiva (via oral, retal ou sonda) (dDOT) pelos dias de terapia total (tDOT) – para cada agente estudado. Os resultados então foram representados graficamente e comparados entre os hospitais com o uso de modelos de regressão binomial negativa. 

Os hospitais avaliados tiveram aderiram ao Switch IV-VO? 

Foram identificados 50.344 cursos de terapia antibiótica com os agentes mencionados acima, totalizando 156.233 DOT nos 16 hospitais do estudo. Já em relação a terapia oral, os dDOT total foram 55.868 e a média entre dDOT/tDOT foi de 0.36 – os autores ressaltam que frequentemente os DOT foram totalmente VO ou totalmente IV, resultando em amplos desvios padrão.  

A comparação dos dados elucidou variabilidade a nível hospitalar e de agente. Os maiores valores de dDOT/tDOT foram observados para doxiciclina e voriconazol; já os menores para metronidazol. Houve ainda ampla variação entre os hospitais para a maioria dos agentes, exceto metronidazol. Além disso, fatores como o tempo de internação, a pontuação de comorbidades (índice de Elixhauser) e o tipo de unidade de internação também influenciaram na variação dDOT/tDOT – sendo as unidades de terapia intensiva aquelas com menores valores de dDOT/tDOT. 

Os autores concluem que a métrica dDOT/tDOT é um cálculo simples que pode auxiliar na avaliação da implementação de políticas de conversão de terapia IV-VO. Declaram também que a realização de comparação entre diferentes hospitais pode contribuir na identificação de oportunidades e elaboração de estratégias de melhoria.  

Além disso, os autores sugerem que a grande variação detectada na prática de conversão de terapia IV-VO pode ser resultado de políticas de conversão não-uniformes e ressaltam que a variabilidade dos critérios para conversão nos diferentes hospitais pode representar um obstáculo, sugerindo a atualização desses critérios. 

Quais as limitações do estudo? 

Os autores ressaltam algumas limitações do estudo. Primeiramente, o estudo inclui apenas 16 hospitais do sudeste dos EUA, o que afeta a generalização dos resultados. Além disso, foram utilizados dados de registros eletrônicos analisados retrospectivamente, sendo que os registros podem refletir apenas uma estimativa dos DOT ou possuir outras imprecisões.  

 

Fonte: Moehring RW, et al. (2023). Harvesting the low-hanging fruit? Comparative assessment of intravenous to oral route antimicrobial conversion policy implementation. Infection Control & Hospital Epidemiology, 44: 954–958  

Link: https://doi.org/10.1017/ice.2022.158  

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Sinopse por: Maria Julia Ricci 

E-mail: maria.ricciferreira@edu.unito.it 

Instagram: https://www.instagram.com/sonojuju/ 

 

Links relacionados: 

Como mudar antibióticos endovenosos para via oral com segurança – https://www.ccih.med.br/como-mudar-antibioticos-de-ev-para-vo-com-seguranca/ 

Novas diretrizes da ANVISA para gerenciamento de antimicrobianos – https://www.ccih.med.br/anvisa-lanca-novas-diretrizes-para-gerenciamento-de-antimicrobianos-stewardship/  

Curso express: Atualizações em antibióticos – https://www.ccih.med.br/cursos-mba/cursos-express-atualizacoes-em-antibioticos/  

TAGs / palavras chave: antimicrobianos, stewardship, vigilancia, intravenoso, oral, antibióticos, prevenção de infecção, ccih 

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