Aqui está um resumo critérios diagnósticos das IRAS mudanças em relação à versão anterior e impactos para os serviços de saúde:
Objetivos da Nota Técnica 03/2025
- Padronizar os critérios diagnósticos epidemiológicos das IRAS para garantir comparabilidade entre os serviços de saúde no Brasil.
- Definir parâmetros claros para vigilância e notificação dessas infecções, evitando subjetividades na interpretação dos casos.
- Diferenciar critérios epidemiológicos e clínicos, garantindo que a vigilância e a notificação sigam padrões nacionais estabelecidos.
- Orientar os profissionais responsáveis pelo controle de infecção hospitalar (CCIH/SCIH) na aplicação dos critérios e no monitoramento das IRAS.
Principais Recomendações
- Definição detalhada de critérios diagnósticos para as IRAS associadas a dispositivos invasivos, como:
- Infecção primária de corrente sanguínea (IPCS) associada a cateter central.
- Pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV).
- Infecção do trato urinário associada a cateter vesical de demora (ITU-AC).
- Padronização do “período de janela da infecção” para identificação precisa da data da infecção.
- Diferenciação entre infecção presente na admissão e IRAS adquirida no serviço de saúde.
- Critérios para definir a atribuição da infecção ao setor/unidade de internação do paciente.
- Estabelecimento de prazos para infecções de repetição (PIR), evitando duplicidade de notificações dentro de um período de 14 dias.
- Inclusão de testes microbiológicos não baseados em cultura (como PCR multiplex e sequenciamento de DNA) para auxiliar no diagnóstico de infecções primárias de corrente sanguínea.
Mudanças em Relação à Nota Técnica de 2024
- Alteração no critério de hipotermia: A temperatura <35ºC foi alterada para <36ºC.
- Mudanças extensivas nos critérios das Infecções de Sítio Cirúrgico (ISC), o que exige uma leitura detalhada desse capítulo, diferenciando as infecções de parede (antes divididas em superficiais e profundas) e de órgãos e espaços.
- Maior detalhamento sobre os critérios para infecções relacionadas a dispositivos invasivos, incluindo melhor definição sobre o tempo de uso dos dispositivos e sua relação com a infecção.
- Inclusão de novas abordagens para exames laboratoriais, como a aceitação de testes microbiológicos automatizados para diagnóstico de IPCS, desde que não haja resultado conflitante com hemocultura.
Impactos das Mudanças para os Serviços de Saúde
- Comissões de Controle de Infecção (CCIH)
- Necessidade de atualizar os protocolos internos conforme os novos critérios, principalmente para Infecções de Sítio Cirúrgico.
- Maior rigor na definição do período de janela da infecção, exigindo melhor documentação clínica para garantir a correta notificação dos casos.
- Adaptação às novas recomendações de testes diagnósticos para IPCS, incluindo o uso de testes moleculares.
- Maior interação com equipes assistenciais para garantir a correta aplicação dos critérios na vigilância epidemiológica.
- Segurança do Paciente
- Maior clareza nos critérios permitirá uma melhor identificação de IRAS evitáveis, auxiliando na implementação de medidas preventivas.
- Padronização reduz possíveis erros de diagnóstico e subnotificação, melhorando a resposta dos serviços de saúde na contenção de surtos.
- Mudanças nos critérios de infecção de sítio cirúrgico podem levar a ajustes nas práticas de prevenção e controle de infecção perioperatória.
- Serviços de Saúde como um Todo
- Necessidade de treinamento e capacitação das equipes de controle de infecção para aplicação correta dos novos critérios.
- Impacto na vigilância epidemiológica nacional, com dados mais uniformes e maior precisão na análise de surtos e tendências de resistência microbiana.
- Mudanças na notificação de IPCS podem levar a um aumento na detecção de casos, exigindo ajustes nas práticas de prevenção, especialmente no uso de cateteres centrais.
- Possível aumento do uso de testes moleculares para diagnóstico de infecções de corrente sanguínea, demandando adaptação dos laboratórios hospitalares.
Conclusão
A Nota Técnica 03/2025 representa um aprimoramento na padronização dos critérios diagnósticos das IRAS, reduzindo subjetividades e melhorando a vigilância epidemiológica. No entanto, essas mudanças exigirão ajustes nos protocolos internos dos serviços de saúde, treinamento das equipes assistenciais e um monitoramento mais rigoroso por parte das CCIHs.
Link:
Links relacionados:
Prevenção e controle de infecção: https://www.ccih.med.br/como-e-por-que-controlar-as-infeccoes-hospitalares/
Stewardship de antibióticos e resistência antimicrobiana: https://www.ccih.med.br/stewardship-de-antimicrobianos-gerenciando-o-uso-dos-antimicrobianos-para-salvar-vidas/
Segurança do paciente por que implantar: https://www.ccih.med.br/seguranca-do-paciente-por-que-implantar/
MBA Gestão em Saúde e Controle de Infecção: https://www.ccih.med.br/cursos-mba/mba-ccih-gestao-em-saude-e-controle-de-infeccao/
Autor:
Antonio Tadeu Fernandes:
https://www.linkedin.com/in/mba-gest%C3%A3o-ccih-a-tadeu-fernandes-11275529/
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