Tocilizumabe foi adicionado à lista de tratamentos pré-qualificados para a COVID-19
Com o objetivo de aumentar o acesso aos tratamentos recomendados para a COVID-19, a Organização Mundial da Saúde (OMS) adicionou nesta sexta-feira (11) o tocilizumabe, um anticorpo monoclonal, à sua lista de tratamentos pré-qualificados para a COVID-19. Até o momento, seis tratamentos para a doença foram pré-qualificados pela OMS, incluindo as três apresentações (três frascos, cada um com uma quantidade diferente) do produto pré-qualificado hoje.
A pré-qualificação da OMS nasceu da necessidade de garantir o fornecimento de produtos de saúde com qualidade garantida em países de baixa e média renda.
Os três produtos pré-qualificados são fabricados pela empresa originadora, Roche, mas as listagens devem abrir caminho para que mais empresas busquem a pré-qualificação da OMS, aumentando assim o número de produtos com garantia de qualidade e criando concorrência, facilitando também a autorização dos países de baixa e média renda como tratamentos para a COVID-19.
O tocilizumabe é um anticorpo monoclonal que inibe o receptor de interleucina-6 (IL-6). A interleucina-6 induz uma resposta inflamatória e é encontrada em níveis elevados em pacientes criticamente doentes com COVID-19.
Até o momento, o produto foi autorizado principalmente para o tratamento da artrite em cerca de 120 países em todo o mundo.
O tocilizumabe administrado por via intravenosa demonstrou em estudos clínicos reduzir mortes em certos pacientes com COVID-19 que estão gravemente doentes, que estão se deteriorando rapidamente e têm necessidades crescentes de oxigênio e que têm uma resposta inflamatória significativa. No maior ensaio clínico (RECOVERY), o tocilizumabe também reduziu o tempo de internação dos pacientes.
A OMS recomenda apenas para pacientes diagnosticados com COVID-19 grave ou crítica. Deve ser administrado por profissional de saúde em um ambiente clínico monitorado, juntamente com o padrão atual de atendimento para COVID-19, que inclui oxigênio, corticosteroides e outros medicamentos.
Atualmente, o tocilizumabe é caro e escasso em todo o mundo. Os preços da empresa originadora pagos em mercados de baixa renda são altos – supostamente em torno de US$ 500-600 por dose única. Com o aumento da demanda e mais fabricantes entrando no mercado, os preços podem cair.
A OMS e parceiros estão atualmente discutindo preços mais baixos e maior acesso em países de baixa e média renda junto à empresa produtora, Roche.
Editado por Laura Czekster Antochevis
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