No final de março a Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou novas Diretrizes sobre prevenção, diagnóstico e tratamento da infecção crônica por hepatite B (VHB). Estas diretrizes proporcionam uma simplificação e expansão substanciais da elegibilidade para tratamento, a fim de superar as barreiras no acesso ao teste e ao tratamento do VHB.
O que é Hepatite B?
Mais de 250 milhões de pessoas vivem com infecção crónica por hepatite B, o que provoca um aumento de mortes todos os anos, e é um dos cinco tipos de hepatite existentes no Brasil. Causada por um vírus, na maioria dos casos não apresenta sintomas e muitas vezes é diagnosticada décadas após a infecção, com sinais relacionados a outras doenças do fígado, como cansaço, tontura, enjoo/vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados.
A hepatite B pode se desenvolver de duas formas: aguda e crônica. A aguda é quando a infecção tem curta duração. Os profissionais de saúde consideram que a forma é crônica quando a doença dura mais de seis meses. O risco de a doença tornar-se crônica depende da idade na qual ocorre a infecção.
Impacto da Hepatite B
A maior parte do fardo global da hepatite B crônica (HBC) deve-se à transmissão de mãe para filho durante ou logo após o nascimento. A estratégia global do setor da saúde da OMS define ações e metas para eliminar a hepatite viral até 2030, reduzindo o número de novas infecções e mortes para meio milhão cada, a nível mundial – uma redução de 90% e 65%, respectivamente.
Existe tratamento para hepatite B?
Para pessoas com infecção por VHB, o tratamento antiviral é altamente eficaz. Pode melhorar a sobrevivência e reduzir a progressão da doença hepática e o desenvolvimento de câncer de fígado. No entanto, a Hepatite B não tem cura. Os medicamentos disponíveis para controle da hepatite B são a alfapeginterferona, o tenofovir desoproxila (TDF), o entecavir e o tenofovir alafenamida (TAF).
Novas diretrizes
As diretrizes de 2024 priorizam critérios de tratamento simplificados para adultos e adolescentes e ampliam a elegibilidade para profilaxia antiviral para mulheres grávidas para prevenir a transmissão do VHB de mãe para filho. As diretrizes também se concentram em melhorar o diagnóstico do VHB através de testes de carga viral no local de atendimento, abordando o diagnóstico da co-infecção Delta – uma das principais causas de morbilidade e mortalidade relacionadas com o VHB– utilizando protocolos de testes e abordagens para fornecer serviços de VHB de alta qualidade.
Estas diretrizes também atualizam capítulos existentes sem novas recomendações, tais como as relativas à monitorização e vigilância do tratamento do câncer do fígado.
Fontes: https://www.who.int/news/item/29-03-2024-who-publishes-updated-guidelines-on-hepatitis-b
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/h/hepatites-virais/hepatite-b
Sintetizado por Laura Czekster Antochevis
https://www.linkedin.com/in/laura-czekster-antochevis-457603104/