Artigo de Gessualdo Junior, Farmacêutico.
As bactérias desenvolvem diversos mecanismos de resistência aos antibióticos ao longo do tempo, tornando-se um desafio crescente para a ciência e medicina. Alguns dos principais mecanismos de resistência contra os antibióticos incluem:
1. Mutação genética: Microrganismos como bactérias podem sofrer mutações genéticas aleatórias, que lhes conferem resistência a antibióticos específicos. As mutações podem ocorrer nos genes que codificam os alvos dos antibióticos, tornando esses medicamentos menos eficazes.
2. Produção de enzimas de degradação: Alguns microrganismos produzem enzimas que são capazes de quebrar os antibióticos antes que estes tenham a chance de agir. Um exemplo é a produção de beta-lactamases por algumas bactérias, que degradam antibióticos da classe dos betalactâmicos, como penicilinas, cefalosporinas e carnapenêmicos.
3. Bombas de efluxo: Muitas bactérias possuem sistemas de bombeamento que podem expulsar ativamente antibióticos de seu interior, reduzindo a concentração do fármaco na célula a níveis não terapêuticos.
4. Alteração dos alvos: Algumas bactérias são capazes de modificar os alvos dos antibióticos, como as proteínas em que esses medicamentos normalmente atuam. Isso torna os antibióticos menos eficazes.
5. Alteração da permeabilidade ao antibiótico: a bactéria pode naturalmente apresentar resistência a determinado antibiótico, por questões estruturais de sua membrana que não permitem a entrada de certas moléculas. Contudo, o mecanismo mais comum é a perda de porinas, que são poros transmembranosos que possibilitariam a entrada dos medicamentos para o meio intracelular.
Além destes mecanismos de resistência que a bactéria pode desenvolver, existem outros processos que proporcionam a disseminação da resistência entre espécies, ou aumentam a dificuldade do tratamento, como:
1. Transferência horizontal de genes: Bactérias podem adquirir genes de resistência a antibióticos de outras bactérias por meio de processos como a conjugação, transformação e transdução. Isso permite a rápida disseminação de resistência a antibióticos entre diferentes espécies bacterianas.
2. Biofilmes: Muitos microrganismos, especialmente bactérias, são capazes de formar biofilmes que protegem as células do ataque dos antibióticos. Isso torna essas bactérias mais resistentes a tratamentos.
Fonte: https://www.cdc.gov/drugresistance/about/how-resistance-happens.html