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Qual a melhor alternativa em caso escassez de N95? Uma avaliação dos respiradores e máscaras mais vendidos on-line

Avaliação de máscaras vendidas durante a pandemia

Qual a melhor alternativa em caso escassez de N95? Uma avaliação dos respiradores e máscaras mais vendidos on-line

 

Durante surtos, epidemias e pandemias o uso de equipamentos de proteção individual é fundamental para que os profissionais de saúde possam estar protegidos e para o controle do contágio. Levando em consideração a propagação por via respiratória da COVID-19 e a popularização das compras online, esse estudo avalia os respiradores e máscaras mais vendidos online e medidas para uma melhor resposta em ameaças futuras à saúde pública.

 

Foi regulada a venda de máscaras on-line?

A pandemia de COVID-19 gerou uma elevada procura por proteção respiratória, principalmente do tipo FFP (filtering face piece), e uma consequente escassez inicial de respiradores N95. A reduzida disponibilidade dessa proteção levou ao uso de alternativas, muitas vezes sem eficiência certificada, que continuaram a ser utilizadas mesmo após a normalização da situação.

O público geral não está familiarizado com os padrões de qualidade (neste estudo foram considerados os parâmetros do National Institute for Occupational Safety and Health dos EUA – NIOSH) e os requerimentos mínimos para proteção respiratória adequada. Além disso, as pessoas não estão necessariamente interessados em usar máscaras para proteção, sendo que outros fatores sociais e políticos também podem ter influência.

Esse estudo teve como objetivo principal avaliar a eficiência dos respiradores e máscaras de tecido mais vendidas pelo site Amazon.com nos EUA, em comparação com as máscaras N95 aprovadas pelo NIOSH.

 

Como as máscaras foram avaliadas?

Foram avaliados 10 produtos, sendo 5 equipamentos de proteção facial (EPFs) e 5 máscaras faciais de pano (CFM). Esses produtos foram comparados com o padrão N95 estabelecido pelo NIOSH. As máscaras foram pré-condicionadas de acordo com os padrões NIOSH e testadas/avaliadas de acordo com os principais parâmetros passiveis de influenciar a compra – ou seja, quanto a proteção (eficiência), conforto (resistência a respiração ou queda de pressão) e acessibilidade (custo). As notas foram calculadas como um valor percentual.

 

As máscaras avaliadas eram adequadas para uso?

Entre os 5 EPFs analisados, apenas 2 tiveram proteção/eficiência aceitável segundo os padrões da NIOSH, oferendo no mínimo 86% de eficiência de filtração. Apesar da eficiência aceitável, os produtos apresentaram grande variabilidade nos resultados, indicativo de controle de qualidade inadequado. Já as 5 CFM apresentaram proteção insuficiente (baixa ou extremamente baixa).

As pontuações de conforto e custo foram similares para todos os 10 produtos em comparação com a N95. A única diferença notável foi a promessa de reutilização oferecida pelas máscaras de tecido, o que torna o custo relativo menor.

 

O que concluíram os autores e aprendemos algo para a próxima pandemia?

Os autores concluem que a melhor escolha para proteção respiratória continua a ser a N95 e recomendam o seu uso em casos de surtos/epidemias/pandemias similares. Além disso, concluem que os equipamentos de proteção facial (EPF) podem oferecer proteção adequada e servir como a primeira alternativa em caso de escassez. Ressaltam, contudo, que esses produtos apresentaram considerável variabilidade. Os resultados demarcam também a clara a ineficiência de máscaras faciais de tecido.

Os autores elucidam também a importância da comunicação eficaz entre os profissionais da saúde e a população para evitar, por exemplo, que máscaras faciais de tecido continuem a ser utilizadas no lugar de proteção realmente eficaz. Sendo assim consideram importante que os profissionais e agências governamentais compartilhem resultados de estudos relevantes de forma acessível com o público e a grande mídia para auxiliar a população no processo de escolha.

 

Quais as limitações do estudo?

Esse estudo possui algumas limitações. Primeiro, não foi considerado o uso apropriado dos equipamentos, mas o uso inadequado pode reduzir notavelmente sua eficiência. Segundo, os fatores considerados como decisivos para a compra nesse estudo podem não refletir todos os critérios dos compradores. Além disso o critério conforto possui uma ampla definição e o critério custo pode ter peso muito diverso entre os clientes que compram por segurança e aqueles que compram por obrigatoriedade governamental. Por fim, foram considerados apenas respiradores para adultos.

 

Fonte:

Chaaban, O., Balanay, J. A. G., & Sousan, S. (2023). Assessment of best-selling respirators and masks: Do we have acceptable respiratory protection for the next pandemic?. American journal of infection control, 51(4), 388–395.

Link:

https://doi.org/10.1016/j.ajic.2022.06.024

 

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Sinopse por:

Maria Julia Ricci

E-mail: maria.ricciferreira@edu.unito.it

Instagram: https://www.instagram.com/sonojuju/

 

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TAGs/palavras-chave:

máscaras, respiradores, N95, KN95, PFF2, mascara de tecido, COVID-19, saúde ocupacional, EPI, proteção, pandemia, proteção respiratória, controle de qualidade

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