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Recomendações da SHEA para prevenção de infecção do trato urinário relacionadas a sonda vesical.

Essa publicação apresenta um guia com as estratégias atualizadas de prevenção de infecção do trato urinário associada a cateter vesical elaborado recentemente pela SHEA .

Apresentamos as recomendações atualizadas de prevenção infecção do trato urinário relacionada a sonda vesical de demora, de acordo com a SHEA.

Quais as estratégias para prevenir infecções de trato urinário relacionadas a sonda vesical de demora?

Práticas essenciais

Infraestrutura e recursos

  1. Realizar uma avaliação de risco de CAUTI e implementar um programa organizacional/institucional para identificar e remover cateteres que não sejam mais necessários usando um ou mais métodos documentados como eficazes (qualidade da evidência – moderada)
  2. Prover infraestrutura adequada para a prevenção de CAUTIs (qualidade da evidência – baixa)
  3. Prover e implementar protocolos baseado em evidências que abordem os múltiplos estágios do ciclo de vida do cateter: adequação (appropriateness) do cateter (estágio 0), técnica de inserção (estágio 1), cuidados de manutenção (estágio 2), e remoção imediata (estágio 3) quando não mais apropriado (qualidade de evidência – baixa)
  4. Assegurar que apenas profissionais de saude treinados realizem a inserção de cateter e que a competência desses profissionais seja avaliada regularmente (qualidade de evidência – baixa)
  5. Garantir que os materiais necessários para a técnica asséptica de inserção de cateter estejam disponíveis e convenientemente localizados (qualidade de evidência – baixa)
  6. Implementar um sistema para documentar as seguintes informações no prontuário do paciente: solicitação médica da colocação de cateter, indicações para inserção do cateter, data e hora da inserção do cateter, nome do indivíduo que inseriu o cateter, documentação de enfermagem relativa à inserção, presença diária do cateter e da realização das tarefas de manutenção, e data e horário da remoção do cateter. Registrar os critérios para remoção ou justificativa para uso continuado. (Qualidade da evidência – baixa)
  7. Garantir que profissionais de saúde suficientemente treinados e recursos tecnológicos estejam disponíveis para dar suporte a vigilância do uso de cateter e seus desfechos (qualidade de evidência – baixa)
  8. Realizar vigilância para CAUTI se indicado com base na análise de risco da unidade ou exigências regulatórias. (Qualidade da evidência – baixa)
  9. Padronizar as culturas de urina, adaptando um protocolo institucional que contenha as indicações apropriadas para cultura de urina em pacientes com e sem cateter urinário invasivo. Considerar incorporar essas indicações no prontuário eletrônico, e revisar indicações para solicitação de culturas de urina na avaliação de risco de CAUTI. (Qualidade de evidência – baixa)

Educação e treinamento

  1. Educar os profissionais de saude envolvidos na inserção, cuidados, e manutenção de cateteres urinários sobre a prevenção de CAUTIs, incluindo alternativas para cateteres permanentes, e procedimentos para inserção gestão, e remoção de cateter. (Qualidade da evidência – baixa)
  2. Avaliar a competência dos profissionais de saúde em relação ao uso de cateter, cuidados relacionados ao cateter, e manutenção (qualidade de evidência – baixa)
  3. Educar profissionais de saude sobre a importância da stewardship de culturas urinarias e prover indicações para a realização de cultura de urina (qualidade de evidência – baixa)
  4. Prover treinamento para a coleta adequada de urina. Amostras devem ser coletadas e levadas ao laboratório de microbiologia assim que possível, preferencialmente dentro da primeira hora. Se atrasos no transporte para o laboratório forem esperados, as amostras devem ser refrigeradas (por não mais do que 24 horas) ou coletadas em tubos de transporte de urina contendo preservativos (qualidade de evidência – baixa)
  5. Treinar os clínicos para considerar outros métodos de gestão da bexiga, como cateterização intermitente ou dispositivos de coleta externa femininos ou masculinos quando apropriado antes da inserção de cateter uretral de demora (qualidade da evidência – baixa)
  6. Compartilhar dados em tempo hábil e reportar aos principais interessados (qualidade de evidência – baixa)

Inserção da sonda vesical de demora

  1. Inserir cateter urinário apenas quando necessário para o cuidado ao paciente e utilizar apenas enquanto as indicações de uso permanecerem (qualidade de evidência – moderada)
  2. Considerar outros métodos de gestão da bexiga como a cateterização intermitente, ou o uso de dispositivos externos de coleta femininos ou masculinos, quando apropriado (qualidade da evidência – baixa)
  3. Usar técnica adequada para inserção do cateter (qualidade de evidência – moderada)
  4. Considerar trabalhar em pares para que haja auxílio no posicionamento do paciente e que seja possível monitorar possíveis contaminações durante a inserção (qualidade de evidência – baixa)
  5. Praticar a higiene das mãos (de acordo com as indicações do CDC ou da OMS) imediatamente antes da inserção do cateter e antes e depois de qualquer manipulação do sítio do cateter ou do aparato em si (qualidade da evidência – baixa)
  6. Inserir cateteres seguindo a técnica asséptica e utilizando materiais estéreis (qualidade da evidência – baixa)
  7. Usar luvas, campo cirúrgico/drapes, e esponjas estéreis, uma solução antisséptica estéril para limpar o meato uretral, e um pacote de gel lubrificante estéril de uso único para inserção (qualidade da evidência – baixa)
  8. Usar o cateter com o menor diâmetro possível que seja consistente com a drenagem adequada para minimizar o trauma uretral, mas considerar outros tipos de cateter e tamanhos quando lidar com pacientes com antecipada dificuldade de cateterização para reduzir a possibilidade de que o paciente experiencie múltiplas, e as vezes traumáticas, tentativas de cateterização (qualidade da evidência – baixa)

Gestão da sonda vesical de demora

  1. Assegurar de forma apropriada o cateter após a inserção para prevenir o movimento e tração uretral (qualidade da evidência – baixa)
  2. Manter um sistema de drenagem estéril e continuamente fechado (qualidade de evidência – baixa)
  3. Substituição do cateter e do sistema de coleta usando técnica asséptica quando houver quebra da técnica asséptica, desconexão ou vazamentos. (Qualidade da evidência – baixa)
  4. Para avaliação de urina fresca (recente) coletar uma pequena amostra aspirando urina da porta de amostragem sem agulha com um adaptador de seringa ou cânula estéril após a limpeza da porta/abertura com desinfetante (qualidade da evidência – baixa)
  5. Facilitar o transporte oportuno de amostras de urina para o laboratório. Se o transporte adequado não for possível no tempo ideal, considerar refrigerar as amostras de urina ou utilizar frascos de coleta contendo preservativos. Obter volumes maiores de urina para análises especiais (como urina de 24 horas) de forma asséptica a partir da bolsa de drenagem (qualidade da evidência – baixa)
  6. Manter o fluxo de urina desobstruído (qualidade de evidência – baixa)
  7. Empregar higiene de rotina. A limpeza da área do meato com soluções antissépticas é um ponto não resolvido, porém literaturas recentes apoiam o uso de clorexidina antes da inserção do cateter. O uso de produtos a base de álcool deve ser evitado dada preocupação de o álcool causar ressecamento dos tecidos mucosos. (Qualidade de evidência – baixa)

Abordagens adicionais

  1. Desenvolver um protocolo para padronizar o diagnostico e gerenciamento de retenção urinaria pós-operatória, incluindo o uso de cateterização intermitente e o uso de scanners de bexiga quando apropriado como alternativa a cateterização urinaria de demora. (Qualidade de evidência – moderada)
  2. Estabelecer um sistema para analisar e reportar dados do uso de cateter e eventos adversos do uso de cateter (qualidade de evidência – baixa)
  3. Estabelecer um sistema para definir, analisar, e reportar dados de infecções urinarias não associadas a cateter, particularmente UTIs associadas com o uso de dispositivos sendo usados como alternativas ao cateter de demora (qualidade de evidência – baixa).

Fonte: Yokoe DS, Advani SD, Anderson DJ, et al. Executive Summary: A Compendium of Strategies to Prevent Healthcare-Associated Infections in Acute-Care Hospitals: 2022 Updates. Infect Control Hosp Epidemiol. 2023;44(10):1540-1554.

Link: https://doi.org/10.1017/ice.2023.138

Sinopse por Maria Julia Ricci

LinkedIn: www.linkedin.com/mariajuliaricci

E-mail: [email protected]

Links adicionais:

Bundles e a prevenção de IRAS – https://www.ccih.med.br/bundles-e-a-prevencao-de-iras/

Prevenção e controle de infecção: https://www.ccih.med.br/como-e-por-que-controlar-as-infeccoes-hospitalares/

MBA Gestão em Saúde e Controle de Infecção: https://www.ccih.med.br/cursos-mba/mba-ccih-gestao-em-saude-e-controle-de-infeccao/

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