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Resuno do Manual para manejo de surtos hospitalares

Dicas incríveis para o manejo de surtos hospitalares com destaque para identificação, investigação e controle de surtos elaborado pelo Ministério da saúde da Arábia Saudita.

1. Introdução à Epidemiologia das Doenças Infecciosas

O manual aborda a epidemiologia das infecções associadas à assistência à saúde (HAIs), enfatizando a importância da detecção precoce, notificação, investigação e controle de surtos. A presença de microrganismos pode ser classificada em colonização ou infecção, sendo que a colonização não necessariamente evolui para um quadro clínico.

Os principais conceitos epidemiológicos abordados incluem:

  • Níveis de ocorrência de doenças: esporádico, endêmico, hiper endêmico, epidêmico e pandêmico.
  • Definições de caso: casos suspeitos, prováveis e confirmados.
  • Transmissão e cadeia de infecção: envolvem reservatórios, modos de transmissão (direto e indireto) e fatores de susceptibilidade do hospedeiro.

2. Investigação de Surtos

A investigação de surtos segue etapas bem definidas:

  1. Reconhecimento do surto – comparação de casos observados versus esperados.
  2. Confirmação do surto – verificação da origem e eliminação de diagnósticos errôneos ou pseudo-surtos (devido a falhas laboratoriais).
  3. Notificação aos responsáveis – comunicação com administradores e profissionais da saúde para ações imediatas.
  4. Revisão da literatura – análise de surtos semelhantes e estratégias de contenção anteriores.
  5. Definição preliminar de casos – estabelecimento de critérios específicos para identificação de novos casos.
  6. Busca ativa de casos – levantamento de informações em registros médicos, exames laboratoriais e entrevistas com profissionais de saúde.
  7. Epidemiologia descritiva – uso de curvas epidêmicas para determinar padrões de disseminação.
  8. Implementação de medidas de controle – isolamento de pacientes, reforço na higiene e uso de equipamentos de proteção individual (EPIs).
  9. Identificação de práticas de risco – revisão de protocolos hospitalares que possam estar favorecendo a disseminação do patógeno.
  10. Amostragem ambiental – identificação de reservatórios ambientais potenciais (como superfícies contaminadas, sistemas de ventilação ou equipamentos médicos).
  11. Comunicação – manutenção da transparência com pacientes, profissionais e autoridades regulatórias.

3. Uso da Curva Epidêmica

A curva epidêmica é uma ferramenta essencial para monitoramento de surtos, permitindo:

  • Determinação do período exato do surto.
  • Estimativa do período provável de exposição.
  • Classificação do surto em fonte comum (exposição única ou contínua), propagado (transmissão pessoa a pessoa) ou misto.

4. Prevenção de Surtos por Patógenos Multirresistentes (MDROs)

O manual dedica uma seção específica à epidemiologia e prevenção de surtos causados por organismos multirresistentes (MDROs). Entre os patógenos abordados, destacam-se:

  • Gram-positivos: Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) e Enterococcus resistente à vancomicina (VRE).
  • Gram-negativos: Enterobactérias resistentes a carbapenêmicos (CRE), Klebsiella resistente a cefalosporinas, Pseudomonas aeruginosa multirresistente e Acinetobacter baumannii multirresistente.
  • Outros agentes: Clostridium difficile, que causa infecção intestinal grave, e Candida auris, um fungo emergente de alta resistência.

As estratégias preventivas incluem:

  • Monitoramento rigoroso da adesão às práticas de higiene das mãos.
  • Isolamento de pacientes infectados ou colonizados.
  • Limpeza e desinfecção aprimorada de superfícies e equipamentos médicos.
  • Uso criterioso de antibióticos para reduzir pressão seletiva por resistência microbiana.

Aqui estão as medidas de prevenção específicas para cada patógeno multirresistente (MDRO) abordado no manual “Healthcare-Associated Outbreak Management Manual”, publicado pelo Ministério da Saúde da Arábia Saudita (2023).

5. Medidas de Prevenção de Surtos Causados por Patógenos Multirresistentes (MDROs)

Os patógenos multirresistentes representam um grande desafio nos serviços de saúde, demandando estratégias rigorosas de prevenção e controle. As medidas devem ser específicas para cada patógeno, levando em consideração os mecanismos de transmissão e os reservatórios ambientais.

1. Gram-Positivos

1.1. Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA)

Características:

  • Bactéria resistente a beta-lactâmicos (meticilina, oxacilina, cefalosporinas).
  • Transmissão principalmente por contato direto com pacientes colonizados ou infectados, mãos de profissionais de saúde e superfícies contaminadas.

Medidas de Prevenção: ✅ Higiene das mãos rigorosa com álcool gel ou água e sabão após contato com pacientes e superfícies.
✅ Precaução de contato: uso de luvas e aventais ao cuidar de pacientes colonizados/infectados.
✅ Isolamento dos pacientes colonizados/infectados em quartos privativos ou coorte.
✅ Descolonização de pacientes de risco (uso de mupirocina nasal e banhos com clorexidina).
✅ Limpeza e desinfecção frequente de superfícies e equipamentos médicos compartilhados.
✅ Uso racional de antibióticos para evitar pressão seletiva e disseminação da resistência.

1.2. Enterococcus resistente à vancomicina (VRE)

Características:

  • Enterococcus faecalis e Enterococcus faecium resistentes à vancomicina.
  • Transmissão por contato direto e indireto com secreções, fezes e superfícies contaminadas.

Medidas de Prevenção: ✅ Precaução de contato: uso de avental e luvas para entrar no quarto do paciente.
✅ Higiene das mãos obrigatória antes e depois do contato com o paciente ou superfícies.
✅ Monitoramento de pacientes colonizados (rastreamento de VRE por culturas de vigilância).
✅ Higienização rigorosa do ambiente, incluindo equipamentos como estetoscópios, termômetros e macas.
✅ Isolamento de contato para casos positivos.
✅ Uso prudente de antibióticos para evitar a disseminação da resistência.

2. Gram-Negativos

2.1. Enterobactérias resistentes a carbapenêmicos (CRE)

Características:

  • Inclui Klebsiella pneumoniae, Escherichia coli e Enterobacter spp.
  • Produzem enzimas carbapenemases, tornando-os resistentes a praticamente todos os beta-lactâmicos.
  • Transmissão via contato com pacientes colonizados, dispositivos médicos e mãos contaminadas de profissionais de saúde.

Medidas de Prevenção: ✅ Identificação precoce por culturas de vigilância e testes moleculares.
✅ Isolamento de contato rigoroso com quarto privativo e equipamentos dedicados.
✅ Uso de EPIs adequados (luvas, avental e higienização rigorosa das mãos).
✅ Restrições de antibioticoterapia, evitando o uso indiscriminado de carbapenêmicos.
✅ Limpeza intensificada de superfícies, especialmente em UTIs e áreas de alto risco.
✅ Monitoramento ambiental e de águas hospitalares para prevenir contaminação cruzada.

2.2. Klebsiella resistente a cefalosporinas (ESBL)

Características:

  • Klebsiella pneumoniae e Klebsiella oxytoca resistentes a cefalosporinas de terceira geração.
  • Transmissão por contato direto e superfícies contaminadas.

Medidas de Prevenção: ✅ Precaução de contato e isolamento para pacientes colonizados/infectados.
✅ Higienização rigorosa das mãos antes e depois do contato com o paciente.
✅ Uso de antibióticos restrito, minimizando cefalosporinas de amplo espectro.
✅ Monitoramento de casos colonizados para prevenção da disseminação silenciosa.
✅ Desinfecção rigorosa de dispositivos médicos (ventiladores, cateteres, endoscópios).

2.3. Pseudomonas aeruginosa multirresistente

Características:

  • Resistente a múltiplos antibióticos, incluindo beta-lactâmicos, quinolonas e aminoglicosídeos.
  • Resiste ao ambiente hospitalar, podendo persistir em lavabos, soluções antissépticas e ventiladores.

Medidas de Prevenção: ✅ Monitoramento ambiental rigoroso, especialmente em UTIs.
✅ Uso restrito de antibióticos para evitar seleção de cepas resistentes.
✅ Higiene rigorosa das mãos e uso de precauções de contato.
✅ Manutenção e desinfecção adequada de equipamentos hospitalares.
✅ Evitar contaminação cruzada por soluções contaminadas ou nebulizações mal higienizadas.

2.4. Acinetobacter baumannii multirresistente

Características:

  • Sobrevive por longos períodos em superfícies hospitalares.
  • Alta resistência a antibióticos, incluindo carbapenêmicos.

Medidas de Prevenção: ✅ Higiene das mãos rigorosa e precauções de contato.
✅ Desinfecção intensiva do ambiente, superfícies e equipamentos.
✅ Monitoramento de casos colonizados para evitar disseminação silenciosa.
✅ Evitar transmissão cruzada via estetoscópios, termômetros e equipamentos compartilhados.
✅ Antibioticoterapia restrita, priorizando o uso racional.

3. Outros Agentes

3.1. Clostridium difficile

Características:

  • Bactéria causadora de diarreia grave associada ao uso de antibióticos.
  • Transmissão fecal-oral, com esporos altamente resistentes no ambiente hospitalar.

Medidas de Prevenção: ✅ Higiene das mãos obrigatória com água e sabão (álcool gel não elimina os esporos).
✅ Precauções de contato rigorosas, incluindo isolamento e uso de EPIs.
✅ Limpeza com produtos esporicidas (hipoclorito de sódio) para eliminar esporos ambientais.
✅ Uso racional de antibióticos, especialmente fluoroquinolonas e cefalosporinas.
✅ Monitoramento rigoroso de pacientes em antibióticoterapia prolongada.

3.2. Candida auris

Características:

  • Fungo emergente altamente resistente a antifúngicos convencionais.
  • Sobrevive no ambiente hospitalar e pode causar surtos em UTIs.

Medidas de Prevenção: ✅ Precaução de contato rigorosa com EPIs específicos.
✅ Limpeza e desinfecção agressiva do ambiente e equipamentos.
✅ Monitoramento ativo de pacientes críticos com histórico de infecções fúngicas.
✅ Evitar o uso desnecessário de antifúngicos de amplo espectro para reduzir pressão seletiva.

Conclusão

O controle de patógenos multirresistentes requer a adoção combinada de medidas rigorosas, incluindo higiene das mãos, precauções de contato, isolamento, limpeza ambiental intensificada e uso racional de antibióticos. O sucesso na prevenção de surtos depende da adesão rigorosa dos profissionais de saúde às diretrizes estabelecidas.

 

6. Encerramento do Surto

O surto pode ser considerado encerrado quando nenhum novo caso for detectado dentro de um período equivalente a pelo menos duas vezes o tempo de incubação da doença. Em surtos de COVID-19, por exemplo, o critério utilizado é de 28 dias sem novos casos.

Além disso, a documentação do surto deve ser finalizada com um relatório detalhado, incluindo lições aprendidas e recomendações para evitar recorrências.

Link (fonte):

MINISTRY OF HEALTH – SAUDI ARABIA. Healthcare-Associated Outbreak Management Manual. Riyadh: Ministry of Health, 2023. Disponível em: https://www.moh.gov.sa/Ministry/Rules/Documents/Healthcare-Associated-Outbreak-Management-Manual.pdf . Acesso em: 24/02/25.

 

Links importantes:

Quais são as etapas de investigação de um surto? https://www.ccih.med.br/quais-sao-as-etapas-de-investigacao-de-um-surto/

 

Dicas para investigação de surtos de infecção: https://www.ccih.med.br/dicas-para-investigacao-de-surtos-de-infeccao/

 

Como identificar e controlar um surto de infecção: https://www.ccih.med.br/como-identificar-e-controlar-um-surto-de-infeccao/

 

Como saber se estamos diante de um surto de infecções hospitalares? https://www.ccih.med.br/como-saber-se-estamos-diante-de-um-surto-de-infeccoes-hospitalares/

 

Qual o impacto na sobrecarga de trabalho de enfermeiros e controladores de infecção relacionados a exposições aos agentes infecciosos e surtos? https://www.ccih.med.br/qual-o-impacto-na-sobrecarga-de-trabalho-de-enfermeiros-e-controladores-de-infeccao-relacionados-a-exposicoes-aos-agentes-infecciosos-e-surtos/

 

Prevenção e controle de infecção: https://www.ccih.med.br/como-e-por-que-controlar-as-infeccoes-hospitalares/

 

MBA Gestão em Saúde e Controle de Infecção: https://www.ccih.med.br/cursos-mba/mba-ccih-gestao-em-saude-e-controle-de-infeccao/ 

 

 

Autor:

Antonio Tadeu Fernandes:

https://www.linkedin.com/in/mba-gest%C3%A3o-ccih-a-tadeu-fernandes-11275529/

https://www.instagram.com/tadeuccih/

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