No Hemisfério Norte, o inverno traz consigo um aumento esperado de infecções respiratórias agudas, causadas por patógenos sazonais como influenza, vírus sincicial respiratório (VSR), Mycoplasma pneumoniae e metapneumovírus humano (hMPV). A co-circulação desses vírus pode sobrecarregar os sistemas de saúde e atualmente, em alguns países do Hemisfério Norte temperado, as taxas de síndrome gripal e/ou infecções respiratórias agudas aumentaram nas últimas semanas e estão acima dos níveis basais, no entanto, seguindo as tendências sazonais usuais.
Recentemente, tem crescido o interesse internacional em relação a um possível aumento na transmissão de vírus respiratórios na China, especialmente do hMPV, com relatos que sugerem hospitais sobrecarregados. O hMPV é um vírus respiratório comum, da família Pneumoviridae, juntamente com o vírus sincicial respiratório (RSV), e circula em muitos países durante o inverno até a primavera. No entanto, nem todos os países testam e publicam dados sobre tendências de hMPV. Ele foi identificado pela primeira vez em 2001 e se espalha por meio de gotículas respiratórias ou contato com superfícies contaminadas. O vírus infecta especialmente em crianças pequenas, idosos e pessoas com sistemas imunológicos comprometido. Embora alguns casos possam ser hospitalizados com bronquite ou pneumonia, a maioria das pessoas infectadas com hMPV apresenta sintomas leves das vias respiratórias superiores, semelhantes ao resfriado comum, e se recupera em poucos dias.
A OMS mantém contato com as autoridades de saúde chinesas e não recebeu relatos de surtos incomuns. A China possui um sistema de vigilância sentinela para síndrome gripal e infecções respiratórias agudas graves, incluindo hMPV, e realiza vigilância virológica rotineira para patógenos respiratórios comuns. Dados atualizados até 29 de dezembro de 2024, divulgados pelo CDC da China, mostram um aumento esperado de infecções respiratórias agudas durante o inverno no Hemisfério Norte, impulsionadas principalmente por influenza, VSR e hMPV. A influenza é atualmente a principal causa de doenças respiratórias, com a maior taxa de positividade entre todos os patógenos monitorados para todas as faixas etárias, exceto em crianças de 5 a 14 anos, onde Mycoplasma pneumoniae é mais prevalente. A atividade do SARS-CoV-2 permanece baixa, mas com aumento de casos graves de COVID-19. A variante XDV e suas sublinhagens são as predominantes, representando 59,1% % das detecções entre as amostras sequenciadas. Além disso, a atividade de síndromes gripais (ILI) nas regiões norte e sul da China tem aumentado desde o final de 2024, seguindo padrões observados no ano anterior. As autoridades chinesas afirmam que o sistema de saúde não está sobrecarregado e que não houve declarações de emergência ou respostas acionadas. Além disso, as síndromes gripais nas regiões norte e sul da China tem aumentado desde o final de 2024, seguindo padrões observados no ano anterior. As autoridades chinesas afirmam que o sistema de saúde não está sobrecarregado e que não houve declarações de emergência ou respostas acionadas.
Recomendações da OMS
A Organização Mundial da Saúde (OMS) orienta que, em regiões onde é inverno, as pessoas adotem medidas preventivas para reduzir a propagação e os riscos associados a patógenos respiratórios, com atenção especial aos grupos mais vulneráveis. Indivíduos com sintomas leves devem permanecer em casa para evitar a transmissão e garantir o repouso necessário. Já aqueles que pertencem a grupos de risco ou apresentam sintomas graves ou complicados devem buscar atendimento médico imediatamente.
Entre as medidas recomendadas, destacam-se o uso de máscaras em ambientes lotados ou com ventilação inadequada, a cobertura de tosses e espirros com lenço ou o cotovelo flexionado, a prática de higiene regular das mãos e a adesão às vacinas indicadas, conforme orientação médica e das autoridades locais de saúde pública.
A OMS também incentiva os Estados-Membros a manterem a vigilância de patógenos respiratórios por meio de abordagens integradas, levando em conta o contexto local, as prioridades nacionais, os recursos disponíveis e a capacidade instalada. Para apoiar esses esforços, foram publicadas diretrizes atualizadas sobre vigilância integrada e avaliação da gravidade de epidemias e pandemias de influenza, incluindo o impacto nas unidades de saúde. As orientações estão disponíveis no link: https://iris.who.int/handle/10665/379678
No Brasil, sua identificação ocorreu pela primeira vez em 2004 e, desde então, ele tem sido monitorado como parte das ações de vigilância epidemiológica.
Com base na avaliação de risco atual, a OMS não recomenda restrições de viagem ou comércio relacionadas às tendências observadas de infecções respiratórias agudas.
Fontes:
https://www.who.int/emergencies/disease-outbreak-news/item/2025-DON550
https://www.cdc.gov/human-metapneumovirus/about/index.html
https://www.mdpi.com/1999-4915/14/4/677
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