A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) divulgou uma atualização epidemiológica sobre os vírus respiratórios na Região das Américas. A atualização fornece recomendações para manter a vigilância desses vírus e fortalecer a resposta dos sistemas de saúde, especialmente devido aos atuais surtos de outras doenças transmissíveis.
Alguns países do hemisfério sul estão apresentando incidências de doenças respiratórias mais altas do que o esperado para esta temporada (com base em dados anteriores a 2020), devido à circulação do SARS-CoV-2.
No Brasil, a atividade do SARS-CoV-2 continua em níveis elevados, embora tenha diminuído nas últimas semanas epidemiológicas.
Qual é o manejo clínico desses casos e quem são os grupos de risco?
Conforme o relatório, as recomendações para o manejo clínico de pacientes com síndromes respiratórias graves indicadas nos alertas epidemiológicos e atualizações da OPAS/OMS sobre a influenza permanecem em vigor.
Os grupos com maior risco de desenvolver complicações associadas à influenza incluem:
crianças menores de dois anos de idade;
adultos acima de 65 anos;
gestantes ou puérperas;
pessoas com morbidade clínica subjacente (por exemplo, doença pulmonar crônica, asma, doenças cardiovasculares, doença renal crônica, doença hepática crônica, diabetes mellitus, doenças neurológicas como lesões do sistema nervoso central e atraso no desenvolvimento cognitivo);
pessoas imunossuprimidas (por exemplo, HIV/AIDS ou devido a medicamentos);
e pessoas com obesidade mórbida (índice de massa corporal maior que 40).
Você sabe qual é o tratamento para essas doenças respiratórias?
Qualquer pessoa com quadro clínico grave ou progressivo de doença respiratória deve ser tratada com antivirais assim que houver suspeita de influenza ou tratada, de acordo com as orientações recentes em caso de suspeita de COVID-19.
O tratamento deve ser iniciado antes mesmo da confirmação laboratorial da infecção por influenza, pois o tratamento é mais bem-sucedido se for iniciado mais cedo.
Em pessoas com suspeita ou confirmação de infecção pelo vírus da influenza, com ou em risco de doença grave (ou seja, incluindo influenza sazonal, influenza pandêmica e influenza zoonótica), o relatório da OPAS sugere:
administrar oseltamivir o mais cedo possível;
não administrar zanamivir inalado, laninamivir inalado, peramivir intravenoso, corticosteroides e antibiótico macrolídeo de terapia imunológica passiva para o tratamento da influenza.
E se não tenho acesso a RT-PCR para fazer o diagnóstico?
Em locais onde não há disponibilidade de lotes de RT-PCR ou outros ensaios moleculares rápidos para influenza (com semelhante alta sensibilidade e alta especificidade) para fornecer resultados em 24 horas, a OPAS sugere uma estratégia em que não se realize o teste para influenza e administrar oseltamivir assim que possível.
Para saber mais sobre os dados do relatório e o manejo das doenças respiratórias, acesse https://www.paho.org/pt/noticias/10-1-2024-atualizacao-epidemiologica-circulacao-do-sars-cov-2-e-outros-virus-respiratorios
Editado por:
Laura Czekster Ant
ochevis