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Transferência de bactérias e formação de biofilme em conectores sem agulha

Existem diversas opções de conectores sem agulha no mercado e a escolha entre eles pode ser complexa. Nesse estudo foram realizadas simulações para avaliar a transferência de bactérias e a formação de biofilme em diferentes modelos de conectores.

Qual o contexto do estudo sobre os conectores sem agulha?

Conectores sem agulha foram introduzidos no mercado na década de 1990 com o pretexto de minimizar o risco de lesões, exposição a patógenos transmissíveis pelo sangue e outros riscos ocupacionais de profissionais de saúde. O uso desses conectores, contudo, levou ao aumento inesperado de infecções da corrente sanguínea associadas a cateter (CLABSIs) e oclusão trombótica de cateteres. Com o passar do tempo diversas modificações de design foram feitas para controle de riscos aos pacientes e hoje existem mais de 30 modelos disponíveis no mercado global, mas ainda não há consenso sobre um design ideal.

Qual o objetivo do estudo?

O estudo visou quantificar diferenças na transferência de bactérias e na formação de biofilme entre 20 modelos de conectores sem agulha. Além disso, 8 características de design foram avaliadas com o objetivo de compreender a influência dessas na transferência de bactérias e na formação de biofilme.

Qual a metodologia do estudo?

Foi realizado um estudo prospectivo experimental in vitro. O estudo foi realizado com 20 modelos diversos de conectores sem agulha submetidos a condições que simularam condições clínicas – simulação de cronograma comum de infusão intravenosa intermitente, em que durante 5 dias foram realizadas inoculações de Staphylococcus aureus nas superfícies do septo do conector seguidas ou não por lavagem com solução salina. Para quantificação da transferência de bactérias foram coletadas e cultivadas amostras da solução de lavagem; já para a quantificação de biofilme foram realizados ensaios destrutivos ao final do ciclo de inoculações.

Além disso, 8 fatores do design de conectores sem agulha foram avaliados quanto à sua influência na transferência bacteriana e na formação de biofilme, sendo eles: mecanismo de acesso, tipo de septo, percurso do fluxo, deslocamento do fluido, hidrodinâmica, comprimento do septo, área de superfície do percurso do fluxo e volume do percurso do fluxo.

Por fim, o estudo foi ideado sem um protocolo de desinfecção para verificar o risco intrínseco de cada conector sem agulha.

Quais os principais resultados?

O percurso do fluxo foi a característica de design mais importante, sendo a presença de cânula interna associada menor transferência de bactérias e formação de biofilme. Além disso, conectores com deslocamento de fluido neutro e com hidrodinâmica simples também apresentaram menor transferência de bactérias e formação de biofilme. Por fim, a formação de biofilme foi mais abundante no lúmen do conector sem agulha em comparação ao lúmen do hub e do cateter, e foi o único preditor significativo positivamente associado com a quantidade de bactérias transferidas.

Quais as principais conclusões dos autores?

Os autores concluem que a escolha adequada de conector sem agulha pode ser uma estratégia importante para a redução de infecções da corrente sanguínea associadas a cateter. Ressaltam que a transferência de bactérias e a formação de biofilme ocorreu de forma significante em diferentes modelos de conectores e que a os conectores com menor ocorrência foram aqueles com septo dividido, comprimento mínimo da vedação, com cânula interna, área e volume de percurso reduzidos, deslocamento neutro e hidrodinâmica simples. Por fim reiteram que a escolha de designs com menor risco pode contribuir para a redução de CLABSI, mas que a desinfecção continua a exercer um papel de importância crítica nos cuidados de saúde.

Tags: conectores, cateter, biofilme

Fonte: Ryder, Marcia, Elinor deLancey-Pulcini, Albert E. Parker, and Garth A. James. “Bacterial Transfer and Biofilm Formation in Needleless Connectors in a Clinically Simulated in Vitro Catheter Model.” Infection Control & Hospital Epidemiology 44, no. 11 (2023): 1760–68. https://doi.org/10.1017/ice.2023.60

Sinopse por: Maria Julia Ricci

Instagram @mariajuliaricci_

LinkedIn www.linkedin.com/in/mariajuliaricci

Email maria.ricciferreira@edu.unito.it

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